Pandoro reabre sem a antiga aura boêmia

Após amargar quase dois anos fechado, o Pandoro voltou a abrir as portas na última segunda (dia 14). Com pompa e circunstância, recebeu os antigos clientes para a aguardada festa de reinauguração. Uma visita ao célebre endereço, porém, deixa a impressão de que nem só de caju amigo (R$ 19) se faz o velho bar, marco da noite paulistana.

Crédito: Beatriz Toledo/Folha Imagem
Ambiente reformulado do bar no Jardim Paulistano, reaberto na última segunda-feira

Honra seja feita, o drinque-símbolo da casa continua a ser servido com correção pelo barman Guilhermino Ribeiro dos Santos. De volta ao seu balcão de aço inox, ele prepara a lendária receita-- vodca, gelo, suco e compota de caju em calda em copo alto--, que mantém o sabor de outrora e pode ser tomada com a devida deferência.

Mas, a reforma completa que redesenhou e ampliou o espaço, pouco deixou da aura boêmia que envolvia a casa, aberta em 1953 como restaurante, bar e confeitaria.

Além dos horários de funcionamento irregulares (na noite de terça, dia 15, o bar estava fechado para uma festa particular), as mudanças comandadas pelo arquiteto João Armentano, um dos novos sócios, varreram quase todos os sinais da antiga paisagem.

Ainda que preze pela elegância e sobriedade, a nova decoração parece ser um pastiche do "velho" Pandoro, uma evocação do passado áureo, e deixa tudo excessivamente arrumadinho. O chão de lajotinhas vermelhas cedeu lugar às pastilhas; não há mais separação entre os ambientes do bar e do restaurante e o balcão agora é recoberto por granito preto.

O ar nostálgico também dá o tom ao cardápio, no qual novos pratos, como o filé ao shiitake com polenta cremosa, dividem espaço com clássicos da cozinha boêmia, como o picadinho, o steak tartar e o sanduíche de bife à milanesa (R$ 18).

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