Guia avalia área para fumantes em 24 novas casas de SP

No último domingo (7), a Lei Antifumo completou dois anos de vigência no Estado de São Paulo. Desde agosto de 2009, não é permitido fumar em locais públicos, fechados e de frequência coletiva, como bares, restaurantes e casas noturnas.

Mesmo sem agradar a todo mundo, a lei "pegou". De imediato, a maior parte das casas aderiu ao "cercadinho", área delimitada ao ar livre, geralmente na frente da casa. Outras passaram por reformas, atraindo até mais clientes.

O Guia percorreu 24 novos bares e baladas que abriram nos últimos dois anos para avaliar como essas casas, que já nasceram sob a vigência da nova lei, obedecem à norma. O saldo é positivo. Confira a seguir.


BARES

At Nine
Com 38 drinques na carta, a casa não tem mais o comando da bartender Talita Simões. DJs e bandas animam o público playboy, em clima glamouroso. Para fumar, é preciso se deslocar para um minúsculo "cercadinho" na calçada. Segundo a casa, os ambientes do bar são "extremamente fechados", sem espaço para uma área própria para os fumantes.
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Back Gastrobar
A moderninha casa tem uma cozinha de "restô", comandada pelos mesmos chefs do bistrô Le French Bazar. O ambiente se divide em um salão com decoração descolada e uma área ao ar livre. Conjugada a uma loja de roupas, a área externa é disputada em dias ensolarados. Com mesinhas cobertas por ombrelones, faz a alegria de quem quer bebericar sem ter de sair da casa para fumar.
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Crédito: Mauro Holanda/Divulgação A área externa do Back Gastrobar tem banquinhos e deixa os fumantes confortáveis para fumar seu cigarrinho

Boteco Seu Miagui
Com decoração nipônica, é uma opção para o "esquenta" pré-balada de mauricinhos. No menu, há temakis, salmão em cubos, robalo e guiozas. Ao lado do bar, há uma área aberta com bancos para a galera fumar numa boa. Dá para levar o drinque, e até pedir para o garçom servir um petisco.
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Caos
Híbrido de loja, bar e balada, o espaço abre durante o dia, com objetos à venda. À noite, serve 40 opções de drinque e recebe DJs conhecidos da noite. Pequeno, o local adota, na frente da casa, um "cercadinho" estreito e apertado. A gerência diz que a planta do imóvel não permitiu a construção de um fumódromo, mas há planos de abrir um terraço no andar superior em cerca de cinco meses.
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Cervejaria Nacional
A casa produz e serve cinco tipos de chope. O ambiente é dividido em um andar com cara de bar e música alta, e outro, com jeito de restaurante. Para tragar, o cliente desce até dois lances de escada, pois não há área de fumantes. Segundo o sócio Alexandre Cymes, a configuração original do imóvel não possuía um espaço compatível com a lei.
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Crédito: Eugênio Vieira/Folhapress Área externa da balada Opium Solarium São paulo, que fica no topo da construção e tem vista para os prédios

Fidelis
Um amplo salão de decoração "clean" recebe a clientela para a happy hour. Aposte na porção Happy Three for All, com picanha, linguiça e galeto. Na área externa, um deque de madeira recebe bem os fumantes. Palmeiras e ombrelones dão ar praiano --mas a visão é para os espigões da Vila Olímpia.
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Hooters
O diferencial do bar são as garçonetes, que, em seus minúsculos shortinhos laranjas, servem porções como as "onion rings". Apesar de ficar num galpão grande, a casa não dispõe de área para fumantes, e quem quiser tragar deve sair. A assessoria de imprensa do bar informou que a casa não tem fumódromo pois não há espaço.
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L'Absolu
De colarinho afrouxado, o público acima dos 30 anos sai dos escritórios direto para o bar. Com pé-direito alto, o salão recebe um DJ que toca house. O atrativo é o arejado terraço de 170 metros quadrados, com vista para os prédios da região, onde dá para comer, beber e fumar sentado em sofás.
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Quintal Bar e Restaurante
O bar funciona no mesmo sobrado do extinto Salommão e possui um aconchegante jardim na entrada, além de cômodos como "lounges". No jardim da frente não é permitido fumar. Mas, quem quiser dar suas tragadas não precisa sair do bar, pois há uma área aos fundos, ao ar livre, com mesas, cadeiras e ombrelones.
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The Garden
Focada na cozinha japonesa, a casa funciona onde já foi uma loja de jardinagem. Não à toa, a área é quase toda ao ar livre e arborizada. É possível fumar no espaço, cheio de deques e desníveis. O salão interno, que lembra um rodízio caricato de sushis, não é das melhores vistas.
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Woodstock Bar
Misto de bar e casa de shows, o local tem decoração com referências hippies e psicodélicas. O endereço, inaugurado em 2011, tem capacidade para cerca de 700 pessoas. Para tragar, o cliente precisa ir para o lado de fora e enfrentar o "cercadinho". Rufino Ferreira, sócio da casa, diz que não foi possível mudar a planta do local, mas um projeto de área para fumantes está em andamento e deve ser inaugurado em 60 dias.
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CLUBES

Alberta #3
O pequenino clube, com visual de hotel antigo, aposta no rock clássico. Tem uma pista no subsolo e um "lounge" superior bem decorado, com bar que serve chopes gringos. A solução da casa foi montar um "cercadinho" na porta, que até atrapalha a circulação de quem está entrando. Os donos afirmam que, devido ao clube ficar embaixo de um prédio tombado, não há como ter uma área interna para fumantes.
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Beat Club
A casa é um típico "inferninho". Eletrônico e rock dominam a pista subterrânea, com iluminação sem surpresas. Para descansar, há um "lounge" com decoração retrô, sofás e mesa de sinuca. Como a lei não permite a fumaça dentro da casa (que combinaria com o clima underground), os fumantes tragam na calçada. Segundo Adriana Recchi, uma das sócias, o imóvel, pequeno, não possibilita a construção de um espaço mais apropriado.
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Crédito: Eugênio Vieira/Folhapress Registro mostra o fumódromo do Lab Club, clube moderninho que fica no Baixo Augusta

Beco 203
Filial da animada boate homônima de Porto Alegre, o clubinho aposta as fichas no rock e no electro rock. Promove bons shows, inclusive com nomes da cena "indie" internacional. No local, existe uma pequena área de fumantes anexada. É pequena, estreita e não tem bancos, mas dá para levar o drinque numa boa e engatar uma conversa, já que todo mundo fica pertinho.
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Casa 92
Em duas casinhas interligadas por um quintal, o clube, próximo ao Largo da Batata, parece a "casa da vovó", com uma bela decoração retrô. Na estrutura da boate, boa sacada foi manter um quintal ao ar livre, que serve como "lounge" e fumódromo para dar tragar à vontade.
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Hot Hot
Com paredes de estamparia psicodélica no hall, o clube, inaugurado no final de 2009, agrada de modernos a patricinhas que ouvem pop e eletrônica. Mesmo aberto depois da lei, a casa não possui área para fumantes e adota o "cercadinho", que fica na lateral da entrada da boate. De acordo com Flávia Ceccato, a dona do Hot Hot, quando a lei entrou em vigor, a casa já estava construída, esperando só a liberação de alvará e não deu para mudar a planta.
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Josephine
De ambiente "clean" e com cortinas de veludo, é opção para o público refinado ouvir house music. Há uma pequena varanda no andar superior para os fumantes, onde se pode beber enquanto se traga.
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Lab Club
Moderna, a casa tem um "lounge" no térreo e uma pistinha subterrânea. Recebe projetos de música eletrônica e electro rock, que atraem descolados. Entre o "lounge" e a pista, há um espacinho simpático para acolher os fumantes. Tem iluminação bacana e intimista, mas sofre de superlotação nas noites mais cheias.
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Lions Night Club
O badalado clube fica num prédio antigo que recebe gays, playboys e modernos. Um ar retrô e luxuoso domina a decoração. Seu terraço é um novo clássico da cidade --e causa mais burburinho que a pista com efeito 3D. Disputado por fumantes e por não fumantes, o arejado espaço tem vista para a catedral da Sé.
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Mynt Lounge
Filial de exclusivo clube de Miami, tem um "lounge" escuro, com projeções nas paredes e som de house. É repleto de disputadas mesinhas-camarote. Sem nenhum charme, fuma-se em um cubículo de divisórias altas (com mais de 2 m), disfarçadas por plantas. É permitido beber fumando, e o ingresso não é controlado.
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Opium Solarium São Paulo
Com quatro pisos, a casa agrada ao público playboy com seus diversos camarotes. Música eletrônica comanda os toca-discos. No último andar, uma segunda pista funciona em um grande e confortável terraço a céu aberto, que tem mesinhas, sofás e sushi-bar. Ali, é permitido fumar.
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Crédito: Jefferson Coppola/Folhapress O terraço do Lions é onde o burburinho se concentra; nem a pista 3D do clube fica tão cheia

She Rocks
Bandas tocam, ao vivo, canções de Erasure, The Cure e The Smiths. A clientela, arrumadinha sem exageros, na faixa dos 30 anos, é aberta à paquera. Uma mesma porta leva aos caixas e à área de fumantes, na entrada, o que pode gerar confusão. A casa afirma que a área tem proporções condizentes.
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Wood's
A espaçosa casa abriga shows de bandas de sertanejo universitário. Garotos de camisa xadrez e moças de saias curtas cantam juntos em coro. As noitadas são bem concorridas. É permitido fumar na frente do clube, em um espaço acima do nível da calçada, com vista para quem entra e sai. Apesar da falta de charme, o local é espaçoso e arejado. Não se pode beber ali.
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The Society
Novo empreendimento de André Almada, o dono da megaboate The Week, o clube mira o público gay arrumadinho e tem decoração luxuosa inspirada em um casarão antigo. Nos fundos da boate, no "lounge" superior, uma portinha esconde uma varanda, onde é possível fumar numa boa, sem ter de deixar de lado a bebida.
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