Caetano Veloso aparece pelado em sua primeira cena no documentário "Coração Vagabundo", que estreia nesta sexta-feira (24) nos cinemas brasileiros. Na seguinte, ele fala poucas e boas ao público jovem que o vaia durante a apresentação de "É Proibido Proibir", em 1968. Mas ao dar um salto e mostrar o show de lançamento da turnê "A Foreign Sound" (no Fasano, em São Paulo), 35 anos depois, o jovem diretor Fernando Grostein Andrade dá início à "viagem" pela carreira do compositor baiano.
A câmera acompanha Caetano durante as apresentações nos Estados Unidos e no Japão, de 2003 a 2005, e mostra desde a preparação para entrevistas em programas televisivos norte-americanos até os bastidores do show no lendário Carnegie Hall, em Nova York, que contou com a participação de David Byrne.
Durante o documentário --que tem pouco mais de 50 minutos e cujas imagens foram selecionadas a partir de 57 horas de material bruto--, o público escuta frases como "eu engulo muito sapo, mas não todos" ou "eu quero ser lúcido e feliz; é difícil, mas eu fico tentando", ditas por Caetano em meio a divagações sobre temas variados, que vão desde gastronomia ("essas sobremesas japonesas são sempre assim, de feijão e cor de rosinha") até religião ("tenho uma tendência antirreligiosa; tenho vontade de mudar o mundo e acabar com essa merda").
De acordo com o diretor Fernando, que é irmão de Luciano Huck, o filme não foi planejado, e o intuito inicial era de fazer apenas o making of para um DVD. Ao se tornar um documentário, o objetivo, então, foi criar "uma viagem mostrando a força do trabalho dele [Caetano] pelo mundo". A modelo Gisele Bündchen e os cineastas Pedro Almodóvar e Michelangelo Antonioni também participam das filmagens.
Questionado por não mostrar Caetano no Brasil e na Bahia, o diretor diz que não foi necessário porque "quanto mais longe ele ia, mais ele falava de Santo Amaro [cidade baiana onde nasceu]".
E sobre comentários de que o filme talvez não transpareça toda a importância de sua carreira, Caetano diz que ele "é feito de um jeito despretensioso, mas não superficial" e que "é muito profundo em algumas partes".
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