Para Denise Fraga, novo filme é uma "pancada no coração"; leia entrevista

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"O Contador de Histórias" (foto), produzido por Denise Fraga, fala sobre Roberto Carlos, que mudou sua vida com ajuda de pedagoga

"É uma história que faz você ter vontade de acordar no dia seguinte." É assim que Denise Fraga define as dificuldades e superações pelas quais passou Roberto Carlos Ramos, que chegou a ser considerado "irrecuperável" por instituições públicas de Minas Gerais (após mais de cem fugas), aos 13 anos, mas que conseguiu mudar o rumo de sua vida e se tornar um dos melhores contadores de histórias do mundo.

E foi com a intenção de dar essa "receita de otimismo e amor" que a atriz produziu "O Contador de Histórias", que estreia nesta sexta-feira (7) nos cinemas.

Dirigido por Luiz Villaça, seu marido, o longa-metragem é baseado no relato do próprio Roberto Carlos e mostra como a pedagoga francesa Margherit conseguiu dar esperança ao jovem rapaz e o afeto necessário para que ele se tornasse o que é hoje: responsável por vários projetos sociais em Belo Horizonte e pai adotivo de 13 meninos.

Em entrevista ao Guia da Folha Online, Denise Fraga fala sobre como ficou sabendo da história de Roberto (no Natal, há sete anos), da mistura de drama e humor no filme, de suas cenas preferidas e da felicidade com a reação das pessoas, que, segundo ela, saem com uma "força transformadora no espírito" após assistirem à produção.


Guia da Folha Online - Quando você ouviu falar, pela primeira vez, da história do Roberto?
Denise Fraga - Os meus filhos ganharam de presente da avó, da minha mãe, um livrinho de história infantil chamado "O Contador de Histórias", e esse livro era do Roberto. Faz sete anos. E quando o Luiz [seu marido e diretor do filme] estava lendo pra eles dormirem, nas férias de Natal, eles dormiram e ele continuou lendo. Na última página tinha a história do Roberto. E aí ele falou: "Denise, olha isso daqui. Isso dá um filme lindo". No dia 2 de janeiro, o Luiz já ligou pro Roberto, gravaram várias entrevistas e já começou a se trabalhar no roteiro.

Crédito: Sérgio Savarese/Divulgação
Denise Fraga (foto) diz que o filme provoca uma força transformadora

Guia - Como foi o processo de produção do filme?
Denise - Durante a captação de recursos, muitas vezes a gente pensou em desistir, mas o que te faz ficar é essa vontade de contar, essa necessidade de fazer as pessoas conhecerem, através da nossa arte, essa história que nos tocou tanto.

Guia - O filme já foi exibido em festivais e já teve sessões de pré-estreia. Qual o comentário do público?
Denise - As pessoas falam "eu ri e chorei", e isso permeia todos nossos trabalhos, essa linha entre o humor e o drama. Você pode contar uma história muito dramática, como essa, com muitas passagens que te deixam com nó na garganta --o nó na garganta está lá, as pessoas choram--, mas o filme tem humor. Eu tenho sentido que as pessoas saem do filme com uma força transformadora no espírito, a mesma força que você sente no Roberto. Ele faz a gente acreditar no impossível. A gente acorda no outro dia acreditando um pouco mais nas coisas, na possibilidade de mudança.

Guia - Quais suas cenas preferidas?
Denise - Tenho várias, mas a minha preferida é a cena da corrida, que ele fala: "A Febem era muito legal, mas eu sempre fugia de lá, e eu acho que nestes anos todos eu corri mais do que jogador de futebol. Eu nem sei por que que eu fugia, porque lá eu tinha comida de primeira, tratamento pedagógico, natação, quarto privativo [solitária]". Eu adoro aquele tom, acho aquela cena muito emocionante, com essa ironia em cima da dor. Também gosto do campeonato de palavrão dos meninos.

Guia - E como você define "O Contador de Histórias"?
Denise - Eu fico feliz porque não virou um melodrama. É uma pancada no coração, você chora, mas são lágrimas, de alguma maneira, positivas. O Roberto Carlos vive falando isso: "Você tem duas maneiras de contar sua história, ou chorando ou vendendo lenços". Ele optou por vender lenços. E eu queria muito que a gente fizesse jus ao ser iluminado que ele é, dando uma receita de otimismo, amor e aproveitamento de oportunidades. O que a gente quer é que o máximo de pessoas veja essa história, dá vontade de pegar pelo pescoço e falar: "Não deixe de ver!"

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