Amos Gitai emociona em longa que une política e arte

Crédito: Divulgação

O israelense Amos Gitai é um velho conhecido do público paulistano. Sempre traz seus filmes para a Mostra de Cinema de São Paulo e já teve sua obra revista numa retrospectiva em 2004. Com o habitual apelo político, o longa "Aproximação", em cartaz nos cinemas, volta a tocar na ferida aberta de palestinos e israelenses, mas desta vez de forma sutil.

Uli é um judeu que vai de trem à França para o funeral de seu pai, onde encontra sua meia-irmã Ana (Juliette Binoche). Ao deliberar sobre o testamento do pai, ambos embarcam numa viagem à Faixa de Gaza, com propósitos diferentes, em meio à desocupação dos assentamentos.

Até que ponto aquela realidade vai mudar a vida dos dois? Gitai evita respostas fáceis e conduz a história sem perder o lirismo, destacado aqui na brilhante atuação de Binoche e nas performances da cantora Barbara Hendricks.

Em uma das cenas, um oficial pede o passaporte a Uli, que responde questionando o que significa a nacionalidade: "é algo abstrato, não pode ser definido nos limites físicos".

Com uma filmografia que inclui obras-primas como "Kadosh" e "O Dia do Perdão", Gitai firma-se como um dos grandes do cinema político, ao lado de Costa-Gavras e Ken Loach.

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