A morte está sugerida em várias cenas de "O Grão": a avó inerte na cama, o ovo quebrado no chão, a roleta que para de girar. O diretor Petrus Cariry, em seu primeiro longa, que estreou neste fim de semana, usa o ponto de vista do menino Zeca para narrar a arrastada vida numa cidade do interior do Ceará.
O pai toca bodes e gasta o pouco que tem com cachaça e jogos de azar. A mãe prepara a filha para o casamento, enquanto complementa a renda da família fiando. No duro e seco retrato de um ciclo de vida, quem dá poesia à história é Perpétua, a avó de Zeca, ao contar uma lenda de um rei e de uma rainha que perderam o filho.
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