Akira Kurosawa ganha homenagem na Mostra de Cinema

Cinéfilos mais desatentos podem imaginar que a homenagem da Mostra ao centenário de nascimento de Akira Kurosawa (morto em 1998) é tímida, já que apenas um filme, "Rashomon", uma reflexão sobre a relatividade da verdade, será exibido.

Crédito: Divulgação

Não é apenas na sala escura, no entanto, que a obra do mais premiado cineasta japonês se encerra. Faz sentido que exposição e livro integrem a comemoração.

Um dia, na juventude, Kurosawa sonhou ser pintor. Mas o talento não ficou no passado. A partir de "Kagemusha" (1980), quando partiu para um cinema de espetáculo visual, o diretor retomou os pincéis.

A exposição no Instituto Tomie Ohtake reúne os storyboards que criou para o filme, quando enfrentou sucessivos atrasos na produção. Com traços fortes e influências de Van Gogh, as imagens mostram que o cinema foi apenas um dos caminhos possíveis para o diretor.

Quem conta essas e outras histórias de bastidores é a produtora e assistente Teruyo Nogami em "À Espera do Tempo - Filmando com Kurosawa". Em tom de diário, o livro revela, mais do que o processo criativo, o método de filmagem de Kurosawa.

E nunca é demais rever "Rashomon", o filme divisor de águas do cinema japonês. Até vencer o Festival de Veneza de 1951, o Japão, para o Ocidente, era uma nação exótica. Foi ele quem abriu as portas para o cinema e, por que não, para a cultura do país.

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