"Em um Mundo Melhor", vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, segue a linha "desgraça pouca é bobagem" de seus concorrentes "Biutiful" e "Incêndios", também em cartaz, ao mostrar cenas violentas numa comunidade africana e numa pequena cidade da Dinamarca.
Essa tendência vai na contramão dos longas indicados à categoria principal, que destacou histórias de superação individual _como o grande vencedor, "O Discurso do Rei".
O ponto de partida da produção é uma história de "bullying". Elias tem dez anos e sofre com os ataques dos colegas. E isso, vamos entender ao longo da trama, tem a ver com a ausência da figura do pai do garoto, médico em um campo de refugiados na África.
O menino Christian, recém-chegado de Londres, tomará as dores de Elias e passará a defendê-lo. Sua atitude rebelde tem relação com a perda da mãe e com a raiva que sente pelo pai. O oprimido Elias e o fortão Christian irão se unir, e dessa convivência surgirá um sentimento de vingança.
São esses vínculos familiares e de amizade o foco do longa dirigido por Susanne Bier, que tenta traçar paralelos entre a rotina dos personagens e a situação de pobreza e violência em algumas comunidades africanas.
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