Guia indica seis filmes imperdíveis ainda em cartaz nos cinemas

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Numa cidade em que em todas as sextas-feiras há estreias --muitas "obrigatórias", dependendo do gosto pessoal ou do barulho feito pelo lançamento--, bons filmes vão sendo deixados para trás, até o momento em que, semanas, meses ou anos depois, você volta a ouvir falar deles.

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Veja 24 filmes que estreiam em agosto

Abaixo, veja uma lista com alguns dos melhores que ainda podem ser vistos em São Paulo --excetuando-se mostras e festivais.


Woody Allen é um fenômeno. Parte dos fãs de cinema cultiva por ele uma paixão incondicional; há outra facção que adora detestar tudo o que faz. Sejamos equilibrados: a obra de Allen tem, sim, altos e baixos, embora no fim das contas seja altamente positiva. Mas, esqueça a histórica polêmica: o sonho tornado realidade do escritor frustrado em "Meia-Noite em Paris" é cinema puro, artístico, poético e criativo de uma maneira incomum para os dias de hoje.

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Bem distante de qualquer clima de fantasia, o argentino "O Homem ao Lado", dirigido por Mariano Cohn e Gastón Duprat, parte de um corriqueiro incômodo urbano, contemporâneo, aparentemente fácil de resolver, para examinar uma antiga questão, a nossa reação frente ao "outro", e a ameaça que ele representa --no maior dos casos, fruto de nossa própria intolerância.

De dramas urbanos também se alimenta "Lola", do comentado diretor filipino Brillante Mendoza; a história de duas avós unidas pela mesma tragédia envolvendo seus netos é palpável, de tão real, e poderia se passar a cem metros de nós. O cenário, porém, é a distante Manila. Distante? Num filme com estética de documentário, a universalização dos problemas é inevitável.

Realidade transformada em arte, numa comovente mensagem contra a intolerância, é o resultado que se vê em "Homens e Deuses", dirigido por Xavier Beauvois. A história real dos religiosos que enfrentaram o radicalismo na Argélia, nos anos 1990, resultou num dos melhores filmes disponíveis no circuito.

Envolto em polêmica, pelo histórico e pelas infelizes declarações recentes de Lars von Trier sobre judeus, Hitler e o nazismo, "Melancolia" traz, em doses bem diluídas, o cinema característico do diretor. Seu exercício sobre o fim do mundo, no entanto, não deve incomodar tanto; está longe demais do experimentalismo de "Os Idiotas" e de "Dogville", e também bem distante da violência de "Anticristo".

Não deixe de ver, também, "Gainsbourg - O Homem que Amava as Mulheres", de Joann Sfar, estilosa biografia de um personagem odiado e invejado em equivalentes proporções. Mais uma vez, difícil demarcar os limites entre arte e realidade.

Crédito: Divulgação Kirsten Dunst (foto) está no elenco de "Melancolia", de Lars von Trier, que traz o cinema característico do diretor

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