O Teatro Municipal de São Paulo abre sua temporada lírica com a ópera "Falstaff" --obra-prima do compositor italiano Giuseppe Verdi (1813-1901). A estréia acontece no próximo sábado (5), às 20h30.
O espetáculo será o primeira das oito óperas que o público poderá assistir ao longo do ano no teatro.
Com direção cênica de José Possi Neto, cenários de Jean-Pierre Tortil e figurinos de Fábio Namatame, a encenação oferece leveza e humor.
Para compor essa que seria a sua última ópera, o compositor Verdi debruçou-se sobre um personagem criado por Shakespeare --o obeso John Falstaff, que tenta seduzir duas mulheres casadas sem perceber que está sendo ridicularizado por elas.
Ao lado do libretista Arrigo Boito, o compositor criou uma das mais importantes partituras da história da ópera e abriu o caminho para o desenvolvimento do gênero.
O diretor transpôs o período em que se passa a história --originalmente, a Renascença inglesa-- para a segunda metade do século 19. Os personagens passaram a ser ambientados em uma realidade mais parecida com a atual. O "sir" John Falstaff é retratado nessa montagem com traços de palhaço.
O elenco reúne o barítono Licio Bruno, que dá vida a Falstaff, e a soprano Laura de Souza, que interpreta Alice Ford. Com o espetáculo, os dois cantores comemoram 20 anos de carreira.
Já a mezzo-soprano Regina Elena Mesquita canta no papel da fofoqueira Mrs. Quickly. O barítono argentino Leonardo Estévez estréia no Municipal como o ciumento Ford. Mais dois cantores cariocas --o tenor Marcos Paulo (Fenton) e a soprano Flávia Fernandes (Nannetta)-- também fazem sua primeira ópera na casa. Nomes como Sérgio Weintraub e Paulo Queiroz completam o elenco.
Na direção musical está o maestro chileno Rodolfo Fischer, que já regeu em grandes teatros de ópera do mundo. Sob o seu comando, a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Lírico --preparado pelo maestro Mário Zaccaro-- executam a sofisticada partitura.
A obra
"Falstaff " é a última das 28 óperas escritas por Giuseppe Verdi ao longo de 54 anos de carreira. Quando começou a compô-la, ele tinha 76 anos de idade e estreara sua ópera anterior, Otello, havia dois. Para muitos, já era um homem aposentado.
Em "Falstaff", Verdi leva ao extremo sua busca por uma relação precisa entre palavra e música, dando aos dois elementos importância equivalente. O canto se aproxima do texto falado. Assim, o compositor parece se afastar do modelo de ópera do Romantismo, em que a voz era o grande destaque. Ao mesmo tempo, sua música ganha uma simplicidade que remete às obras de Mozart, no século 18.
"Falstaff"
Teatro Municipal - 1.580 lugares. 5, 7, 9 e 11/4: 20h30, 13/4: 17h. Ingr.: R$ 20 a R$ 40 (no dia 7, de R$ 10 a R$ 20). Confira mais informações sobre o local
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