Teatro Alfa traz expoentes da dança para comemorar seus 10 anos

O teatro Alfa, localizado na capital paulista, comemora dez anos de existência neste ano com a Temporada de Dança 2008, composta por seis companhias de renome --três brasileiras e três francesas--, que se apresentam entre entre o fim de julho a novembro. Os ingressos já estão à venda na forma de assinaturas, com preços que variam de R$ 161 a R$ 510.

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O grupo francês Danse Compagnie d'Art (foto) chega ao Brasil com a coreografia "Sombrero"

Informação extra
Grupo Cie. DCA: www.cie-dca.com
Grupo Corpo: www.grupocorpo.com.br
Deborah Colker: www.ciadeborahcolker
L'Opera de Lyon: www.opera-lyon.com

O primeiro a subir ao palco é o grupo francês Cie. DCA (Decouflé & Complices Associés ou Danse Compagnie d'Art), que apresenta a coreografia "Sombrero" entre os dias 31 de julho e 3 de agosto. Os brasileiros do grupo Corpo apresentam suas mais recentes coreografias, "Breu" e "21", entre os dias 13 e 24 de agosto. E a Companhia de Dança da carioca Débora Colker faz apresentações entre os dias 12 e 21 de setembro, com a coreografia "Cruel".

Com "Sombrero", o coreógrafo e realizador Philippe Decouflé, da DCA, apresenta uma seqüência de divertidos quadros, unindo dança, teatro e vídeo. A companhia já se apresentou no Brasil em 1992 e em 1996, com as coreografias "Triton" e "Decodex", no Teatro Municipal de São Paulo, e, em 2000, com "Shazam!", no Alfa. A classificação etária do espetáculo é de 12 anos.

Destaques

Os grandes destaques da temporada são os franceses do Ballet de L'Opéra de Lyon, que apresentam três coreografias de 23 a 26 de outubro, além da também francesa companhia La Maison, que faz mais três apresentações, de 21 a 23 de novembro. Já a estreante São Paulo Companhia de Dança marca presença entre os dias 6 e 9 de novembro. Nas companhias nacionais, dois reconhecidos coreógrafos brasileiros farão parte da temporada: Rodrigo Pederneiras, com sua brasilidade apresentada pelo grupo Corpo, e Deborah Colker, com um espetáculo que incorpora linguagens teatrais ao seu meticuloso trabalho corporal.

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Bailarinos do grupo Corpo (foto) apresentam a coreografia multicolorida "21" no teatro Alfa

O Ballet de L'Opéra de Lyon, em quase 30 anos de existência, formou um repertório de dança contemporânea rico na quantidade de coreografias e na variedade de estilos.

Composta por 47 integrantes, entre eles 30 bailarinos, a companhia francesa --a quem foi atribuído o mesmo nível da tricentenária Ópera Nacional de Paris-- é respeitada mundialmente, tanto pela sua política artística como pela excelência de seus bailarinos.

O programa a ser apresentado pelo Ballet de L'Opéra de Lyon no Brasil contará com as coreografias "Second Detail", do norte-americano William Forsythe, e "Symphonie de Psaumes" e "Bella Figura", do tcheco Jirí Kylián.

A classificação etária dos espetáculos do Ballet de L'Opéra de Lyon é de 12 anos. Já para assistir a companhia La Maison, o espectador tem que ter no mínimo 14 anos.

O repertório da companhia conta com trabalhos de coreógrafos europeus (Jean-Claude Gallotta, Dominique Bagouet e Tero Saarinen) e norte-americanos (Trisha Brown, Bill T. Jones e Lucinda Childs), sem esquecer algumas das mais belas peças de Jirí Kylián, Mats Ek, William Forsythe, Nacho Duato e Ohad Naharin.

Cores

Em "Breu", do grupo Corpo, o coreógrafo Rodrigo Pederneiras se dedica a construir um corpo que dança com as texturas da urbanidade de nossos tempos, na qual as pessoas se vêem dominadas pelo tempo, pelo individualismo e pela violência.

Em "21", o grupo volta a trabalhar com trilhas especialmente compostas após um hiato de dez anos atuando com temas musicais preexistentes.

O grande colorido do espetáculo --reforçado pelo contraste do cenário vermelho com as malhas amarelas utilizadas pelos bailarinos-- e a imensa colcha de retalhos do cenário aludem ao artesanato de "patchwork" e reforçam o apelo visual.

Enigma

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Bailarinos dançam a coreografia "Cruel" (foto) de Deborah Colker

Em "Cruel", a aclamada coreógrafa Deborah Colker propõe um enigma: uma série aberta de elementos narrativos que só se completa com o olhar do espectador. Corpos em movimento que exigem a decifração e sugerem um jogo de acaso e necessidade. Histórias comuns envolvem amores, amantes, família e laços que atam e desatam, que podem ser quase sempre cruéis. Os 17 bailarinos lançam as peças do jogo, sem qualquer compromisso com a explicitação do sentido.

A direção e a cenografia são assinadas por Gringo Cardia. Jorginho de Carvalho comanda a iluminação. Berna Ceppas, a trilha sonora que funde composições originais feitas por ele com colagens de música clássica. Os figurinos são do estilista Samuel Cirnansck.

Cleópatra

A La Maison, criada em 1996, é dirigida com mãos de mestre pelo francês de ascendência egípcia Nasser Martin-Gousset. O espetáculo tem dez intérpretes e três músicos que, no palco, interpretam movimentos que simbolizam o furor de viver e o desejo da morte, na coreografia "Péplum".

A peça presta homenagem a Elizabeth Taylor e Richard Burton no filme "Cleópatra", de Joseph L. Mankiewicz, que apresenta a história passional entre Antônio e Cleópatra. O título do espetáculo vem de "peplo" --nome dado à túnica sem mangas que os antigos traziam presa ao ombro por fivela.

No trabalho de Nasser, a trama teatral organiza-se ao redor de imagens kitsch, criando espetáculos repletos de romantismo, de rock e de nostalgias pop.

Novata

A estreante São Paulo Companhia de Dança é um centro de criação, produção e difusão da arte da dança, criada pelo governo de São Paulo. Formada por bailarinos experientes, o repertório da companhia abrange coreografias consagradas dos séculos 19 e 20, além de criações inéditas. A companhia ainda não divulgou o que irá apresentar durante a temporada.

A classificação etária dos espetáculos da companhia de Deborah Colker é de 14 anos. Os espetáculos do grupo Corpo têm classificação livre.

Endereço: r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, sul, São Paulo, SP. tel.: 0/xx/11/5693-4000.

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