Não fosse a existência de Marcel Duchamp (1874 - 1968), pop art, arte conceitual e instalação talvez não teriam o significado que têm hoje. Em 1913, ao instalar uma roda de bicicleta sobre um banco, retirando dessa maneira um objeto de seu contexto original e levando-o para dentro de um museu, o francês mudou o rumo das artes plásticas.
O ready-made "Roda de Bicicleta" e outras 119 peças do artista, como "A Fonte", famoso mictório alçado à categoria de obra de arte, estarão expostas a partir de quarta (dia 16) no MAM, que comemora 60 anos com a abertura da mostra "Marcel Duchamp: Uma Obra de Arte que Não É uma Obra 'de Arte'".
O evento, que tem curadoria de Elena Filipovic, convida o público a compreender como a idéia e o pensar se tornaram mais imprescindíveis em certas obras do que sua beleza estética. Entre as peças, merece destaque a assemblage "Le Grand Verre" (O Grande Vidro). A obra levou oito anos para ser concluída e ainda hoje suscita questionamentos sobre seu significado. "Ela é grande não apenas no tamanho, mas também em idéias", comenta Filipovic.
"The Box of 1914" é outro trabalho destacado pela curadora, já que é o primeiro experimento de Duchamp com a reprodução. "Nenhum dos ready-made originais existem mais. Eles foram todos perdidos ou destruídos", relembra. Por conta disso, grande parte das peças expostas são réplicas feitas pelo artista ou por outras pessoas, apenas assinadas por ele.
Paralelamente à mostra e durante o mesmo período, o museu abriga também, sob a curadoria de Felipe Chaimovich, "Duchamp-me", uma coletiva com 40 obras de artistas brasileiros, como Geraldo de Barros e Vik Muniz, inspirados nos conceitos do artista.
"Marcel Duchamp: Uma Obra de Arte que Não é Uma Obra "de Arte"" - pq. Ibirapuera - av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, portão 3, Parque Ibirapuera, sul, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/5085-1300. Ter. a dom.: 10h às 18h. Abertura 16/7. Até 21/9. Livre. Ingr.: R$ 5,50. Estac. (sistema zona azul - no portão 3).
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