Artistas criam intervenções nas páginas do Guia

Esta edição do Guia da Folha traz uma iniciativa inédita: uma série de intervenções artísticas que integram o projeto Você Está Aqui, resultado de uma parceria entre a instituição francesa Palais de Tokyo e a Folha de S.Paulo no Ano da França no Brasil.

Você Está Aqui é parte do programa francês "Pavillon" que, durante oito meses, faz com que artistas desenvolvam novas propostas no campo da arte contemporânea, a partir da residência em uma nação estrangeira.

Neste ano, com curadoria dos artistas brasileiros Angela Detanico e Rafael Lain, a cidade escolhida foi São Paulo, onde o grupo esteve durante quatro semanas, hospedado no edifício Lutétia, na região central. Como resultado, eles criaram as ações artísticas espalhadas pelas páginas deste Guia --e identificadas com o ícone do projeto.

O francês Gilles Toutevoix, por exemplo, convida os leitores a montarem uma exposição fotográfica. Já Matteo Rubbi narra uma conversa entre dois taxistas e Detanico e Lain mostram uma outra maneira de ler um filme.

O artista Christian Merlhiot recuperou a história do Cine Marabá; Henrique de Oliveira descobriu a atuação de um fantasma no centro, enquanto Thomas Lanette propõe um jogo sobre o destino.

Amaury Moraes convida os leitores para um passeio por pontos e sensações inusitadas que as ruas de certos bairros evocam. Isa Griese promove um evento que envolve "vento e brilho" e Emma Dusong quer todos passeando em um elevador.

O grego Iris Touliatou editou um número especial de seu fanzine e o disponibilizou em um sebo da cidade; a dupla Louise Hervé & Chloé Maillet publica o mapa de um museu imaginário, composto de elementos reais, e Pedro Barateiro faz a escritora Clarice Lispector se emocionar com cavalos.

A brasileira Aline Yoshida apresenta um "retrato coletivo" dos artistas que integraram o "Pavillon" (págs. 106 e 107 do Guia da Folha) e Axel Straschnoy aposta num jogo da sorte: um sorteio no qual o leitor pode ganhar um livro do artista.
Tanto nas intervenções feitas no Guia quanto nas performances nas ruas, há conversas, brincadeiras, provocações e negociações que tem São Paulo como cenário.


Um território propício

por Fabien Danesi

"Você está aqui". Nos mapas dos bairros espalhados pela cidade de Paris, essa indicação geralmente é acompanhada de um círculo vermelho que permite que as pessoas se localizem.

"Você está aqui": para os residentes do "Pavillon", o Laboratório de criação do Palais de Tóquio, em Paris, a expressão este ano adquiriu um sentido completamente diferente. A partir de uma proposta de Angela Detanico e Rafael Lain, em parceria com a Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), os jovens artistas do "Pavillon" foram levados a descobrir São Paulo pelo modo da deriva, isto é, num modo onde o aqui se dissemina a ponto de ser confundido com outros lugares. Iniciado nos anos 1950, em Paris, pela Internacional Letrista, "a deriva é uma técnica de passagem apressada por ambientes variados". Foi, na verdade, uma forma de repensar os deslocamentos na cidade, de procurar transformar o meio urbano funcional num espaço lúdico de emancipação. Uma oportunidade de se perder para fazer de um território familiar um território propício para anunciar uma nova sociedade. Tratava-se, para o grupo, de reinventar seu cotidiano, na linhagem das perambulações beaudelairianas e dos encontros surrealistas provocados pelo acaso objetivo.

Fazer hoje essa experiência em São Paulo não consiste em retomar literalmente aquele projeto, pois se trata, antes de tudo, fazer a experiência de uma megalópole de contrastes já exacerbados. O meio ambiente urbano e social parece aqui em constante mutação. E para os artistas do "Pavillon" não era, portanto, necessário tentar sair do torpor da cidade acelerando seu movimento. A ambição que tinham era mais a de encontrar seu próprio ritmo e criar algumas passarelas na gigantesca rede de circulação e comunicação, a fim de se apropriar do núcleo urbano por fragmentos. Eles propõem, assim que se redescubra a cidade através dos olhares particulares, que ele seja vivido de um modo diferente. Esses pontos de vista externos são meios de se aceder a ele de uma outra forma. Como tantos outros convites à desterritorialização.


Fabien Danesi é critico de arte, autor de "Le Mythe Brisé de l'Internationale Situationniste. L'aventure d'une avant-garde au cur de la culture de masse (1945-2008)"


Le Pavillon tem o apoio permanente da Delegação para Artes Plásticas e da Delegação para o Desenvolvimento e das Relações Internacionais - Ministério da Cultura e da Comunicação, Amigos do Palais de Tokyo e ainda da École nationale supérieure d'arts de Cergy.


Le Pavillon - Laboratório de Criação do Palais de Tokyo - avenue du President Wilson, 75 116, Paris, França.
www.palaisdetokyo.com

Agradecimento ao Serviço de Cooperação e Ação Cultural de São Paulo


Artistas participantes

Aline Yoshida (Brasil, págs. 106 e 107)

Crédito: Arte Guia da Folha Arte página 106 e 107


Amaury Moraes (Brasil, pág 67)

"Guia da paisagem proposta" é uma sugestão de caminhada pela região de Perdizes e Sumaré. Pretendo com este guia estimular a vivência do espaço urbano como prática poética e fonte criativa.

Sugestão de início de caminhada:
Ponto de táxi. Rua Petrópolis, 62.

Esse ponto fica do lado da estação de metrô Sumaré, em minha opinião a mais bonita da cidade de São Paulo, com painéis de vidro com fotografias "tipo identidade" de pessoas anônimas em tamanho de 2 metros de altura feitos pelo artista plástico Alex Fleming. A estação lembra um vagão gigante suspenso no ar. Espere o trem passar. Olhe a vista de dentro do ponto de táxi.

Olhe a colina a sua direita. Siga pela rua Petrópolis.

Repare na praça que vem logo a seguir, com uma guarita amarela cercada por um jardim florido bem cuidado e placas avisando para recolher o lixo do cachorro.

Siga em frente sempre pela rua Petrópolis.

Repare nas torres da igreja Nossa Senhora de Fátima e na torre da TV Cultura que fica a sua esquerda.

Continue andando. Repare nas lindas árvores da praça Edgar de Moura Bittencourt.

Aqui vale subir pela Viela Dae, não tem placa indicando, mas é fácil reconhecê-la já que as paredes são cobertas de grafites feitos pelos alunos da escola próxima ao local.

Aqui você chega à rua Poconé, uma rua bem arborizada é sempre muito calma, sugiro que a caminhada seja feita por volta das cinco horas da tarde, e que a pessoa pense no trânsito da marginal, é uma sensação muito boa.

Existe um fusca preto abandonado na rua, como uma escultura urbana.

Suba as escadas em frente da travessa Dae, ela vai dar na rua Corumbá, uma rua residencial que tem uma vista panorâmica da cidade.

Pare e olhe a vista. Respire. Siga em frente.

Vire na praça Rubens do Amaral e pegue a rua Poconé em direção a rua Grajaú.

Pare no alto da praça Rubens do Amaral, o verde é muito bonito. Ela pode estar bem suja ou bem cuidada, depende da época. Mas é sempre muito agradável.

Desça pela ladeira que é conhecida como "ladeira da morte", nome dado pelos skatistas. Pare na praça e tente descobrir o abacateiro e outras árvores frutíferas locais. Pare e respire.

Siga em frente pela rua Varginia em direção a avenida Sumaré, porém vire na primeira travessa à direita, ela vai dar na praça Joana Rubens do Amaral. Tente descobrir quis são as árvores de Pau-Brasil, pitanga, amora e maracujá.

Siga pela rua Pombal.

Passe pela praça da rua Petrópolis e veja a vista das torres da avenida Paulista ao fundo, reparem na praça seus elementos urbanos e vegetação.

Desça pela travessa que leva a rua Pombal e ande até o fim, quando a rua acaba em um vale verde com vista para a avenida Sumaré.

Pare e respire.

Repare nos elementos urbanos e na vegetação.

Suba a rua pombal e termine no ponto de táxi do inicio da caminhada.

Sugiro que a caminhada seja feita de manhã, no fim de tarde e a noite, quando todo cenário muda e parece outro lugar. A torre da TV Cultura vista de perto e acesa com suas lâmpadas verdes é um caso, assim como as torres da avenida Paulista.

Não tenha medo, vale a pena...e se tiver medo, vá assim mesmo.


Angela Detanico & Rafael Lain (Brasil, pág. 18)

Crédito: - AD & RF


Axel Straschnoy (Argentina, pág. 108)

Ganhe um Livro de Artista

Crédito: Reprodução GANHE UM LIVRO DE ARTISTA Compre seu bilhete da sorte no Tijuana, e concorra a uma obra de Axel Straschnoy em uma loteria com números.
Compre seu bilhete da sorte no Tijuana, e concorra a uma obra de Axel Straschnoy em uma loteria com números


Christian Merlhiot (França, pág. 22)

Cinema sem Imagens
O Cine Marabá foi um dos maiores cinemas da cidade. "Desde que Partiste", de John Cromwell, foi o primeiro filme projetado na sala, em 1945. Vamos começar por uma experiência de cinema sem imagem feita com esse filme, um cinema imaginário. À meia-luz, o leitor vai olhar em volta, ouvir a voz do narrador. Depois, vai assistir a uma conferência sobre a história deste mítico cinema por Julio Simões, autor da obra "Cine Marabá - O Cinema do Coração de São Paulo".
Informe-se sobre o local


Emma Dusong (França, pág 77)

Crédito: Arte Guia da Folha Arte página 77


Gilles Toutevoix (França, pág 31)

Crédito: Reprodução do arquivo de Gilles Toutevoix

Foto Coletiva

Todo mundo é fotógrafo. Por favor, envie-me uma foto por e-mail: tufotodesaopaulo@gmail.com. Ou pelo correio comum: Toutevoix, 46, rue Durantin, 75018, Paris, França.

Uma foto de São Paulo, seus rostos e sua vida cotidiana vista por seus próprios habitantes. Coloque seu nome, o local e a data da foto. A exposição Foto Coletiva acontecerá na webgaleria (fotoblog): www.gillestoutevoix.com.


Henrique de Oliveira (Brasil, pág. 48)

Crédito: Reprodução do arquivo de Henrique de Oliveira

Fantasma no prédio Sampaio Moreira

Aparição noturna inexplicável no 6º andar do prédio Sampaio Moreira (construção datada de 1924) deixam a rua Líbero Badaró inquieta, na região central da cidade.

Aqui é possível baixar um vídeo cujo conteúdo fora capturado no fim da noite do último sábado.

O vídeo revela a ação misteriosa de um "pianista" que acende as luzes do prédio abandonado, antes de executar uma valsa. Funcionários da mercearia próxima dizem saber pouco sobre o que acontece ali, mas confessam escutar gritos e barulhos de corrente vindos da construção.


Iris Touliatou (Grécia, pág. 80)

Encontros Literários Deslocados
Na revista brasileira "Planeta", edição 179 (agosto/1987), as páginas 11 a 19, dedicadas à existência de vida extraterrestre e aos relatos sobre OVNIS, por razões desconhecidas, nunca foram impressas. Após 12 anos, a "Elevator", em sua 8ª edição, publica a reportagem desaparecida, "O Retorno dos Extraterrestres", disponível no Sebo do Messias.


Sebo do Messias - praça João Mendes, 140, região central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3105-6931. Procurar no 1º andar seção da revista "Planeta".


Isa Griese (Alemanha, pág. 74)

Crédito: Reprodução MOMENTO MÁGICO Um instante fantástico, amanhã (dia 5), no centro da cidade. Tudo acontece no ar e com o céu. Venha, assista e experimente. Na sequência, você poderá ver as imagens no site www.isagriese.net.


Edifício Lutétia - praça do Patriarca, 78, região central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3101-9492. Sáb. (5): 14h.


Louise Hervé & Chloé Maillet (França, pág 82)

Crédito: Arte Guia da Folha Arte página 82


Matteo Rubbi (Itália, pág 13)

Crédito: SXC

PEDRO E LUA
Farsa cômica em duas partes

1
PEDRO.

São Paulo, Brasil, ar livre, noite. Num ponto de taxi dois motoristas de nome Pedro jogam cartas. Um deles está muito concentrado no jogo, o outro está distraído e com a cabeça nas nuvens. A lua, minúscula ao fundo, parece se afastar.

PEDRO: É minha vez então?

PEDRO:...Olha a lua, Pedro?

PEDRO: Lua estranha esta noite.

PEDRO: Vai joga a sua carta... (Pedro joga a carta)

PEDRO: Não está muito brilhante.

PEDRO: o que? (vê que ele observa a lua)
(voltando-se para Pedro, jogando uma carta) Lua esquisita,...não trabalha esta noite?

PEDRO: está menor...
Como se estivesse indo embora, esta noite,
de mala e cuia, tchau,
ia ser engraçado...

Ia ser feio.

PEDRO: não perde tempo! Joga!
(pausa)... mas onde ela está?

PEDRO:...olha bem (voltando-se para a lua) está mais suave hoje,
parece querer me beijar

PEDRO: não seja bobo.
onde você está vendo a lua?

PEDRO: está perto do prédio novo, aquele bege, mais para a esquerda, mais para cima

PEDRO: não estou vendo!
não lembro
aquele embaixo do helicóptero que está passando?
aquele com a luz acesa?
aquele com o anúncio que pisca?
aquele perto daquele outro espelhado?
...droga,
...são mais de mil!
(continuando a procurar, na direção para onde Pedro observa)
...não vejo... onde ela está?

PEDRO: (sem ouvi-lo)
Sabe o que disseram?

PEDRO: (desistindo de procurar, embaralhando as cartas, distraidamente) o que? o que?

PEDRO: que a lua está se afastando um metro por ano.
...

É, um metro,...mais ou menos isso.

PEDRO: corta o baralho, vai!
...

PEDRO: vai se precipitar no céu, lentamente, um dia,
...puf...falam nos jornais, na barbearia, que talvez a lua eleve os oceanos e os agite, como um grande tapete, e assim como eles a levavam com eles antes, vão fazer ela correr e se desesperar, e um dia ela será como uma noz, e um dia ainda mais longínquo (mais longínquo que eu e você juntos) será um grãozinho, uma estrelinha espirrada, que ninguém mais verá... Pedro?...

PEDRO: (para si mesmo)...caramba,...cadê a lua?

2
LUA.

Cenário anterior. Passaram-se dez minutos.

PEDRO: Você perdeu mais dois Reais,

PEDRO:...é a última vez, me diz,
o que será?
(pausa)
está límpida
...cristalina,...olha!

PEDRO: Se você continuar com a cabeça para cima, assim, vai quebrar o pescoço!

Pedro. (mais alto depois de não obtido resposta) Pedro!
Não tem nenhuma lua hoje... não é nem lua crescente!

PEDRO: está indo embora... e nós?

PEDRO: e nós,...vamos jogar. Vai, vem logo.

PEDRO: Pedro?

PEDRO: (para si mesmo) tomara que te dê uma dor de barriga!

PEDRO: Tenho medo.

PEDRO: O que? (para si mesmo) ou um acidente!

PEDRO: Vamos sentir muito.
Sabe, quando todos vão embora, depois que o último adeus foi o mais belo, e acabamos dizendo: foi bonito, afinal".

PEDRO: Vamos sentir muito o que? (para si mesmo) que se dane!

Toca um telefone, Pedro responde.

Pedro, com uma luz estranha nos olhos, a cabeça para cima, enquanto Pedro fala no telefone.
O monólogo que se segue é lido em pensamento, sem que se pronuncie nada, como se durasse um lampejo.

São Paulo brilha com luz própria, um pequeno sol, a sua comédia humana supera o sentido que une uma coisa à outra: assim, é só um espalhar, de luz e peles de homens e coisas, derramou-se todo um caldo de mundo em um só ponto, com um sofrimento de existência e de selva que arde e contamina. E então não se vê mais a lua, há tempos, e o resto do cosmo, pensando bem, foi-se indo pedacinho por pedacinho, e restaram apenas migalhas, dele e de sua enormidade pouco interessante, que não tem nada a ver com a abertura e o fechamento das portas das lojas, nem com a produção diária de suco de frutas, nem com os armarinhos de madeira dos pontos de taxi, nem, na verdade, com a voltagem e a vertigem de suas torres em profusão, estreitas como gambitos, tendo em cima acesso ao céu e ao tráfico helicopterístico. E então? O que nos faz o céu aqui em São Paulo? Diga, e sua fraqueza em nos envolver noite e dia, e nós que estamos plantados aqui, e a utilidade de saber contar, ler e escrever, diga tudo isso, lua com pigarro... lua velha, lua bamba... está aí, salte com suas pontas no tapete celeste, nade e voe para longe, e no primeiro torcicolo, no primeiro piscar de olhos, vou te ver me dar as costas, você também, me sentirei abandonado aqui, como uma coisa que não está em lugar nenhum, que se esquece ali de propósito...
Olhe para mim, erga-me, não peso nada na verdade, pouco mais que uma gota do oceano. Force essa vista sua míope.
Estou aqui!

(mal ele termina acontece algo pouco claro: como se dois braços o pegassem, ele se deixa pegar e desaparece no céu, puf)

PEDRO: Pedro?
...Temos que ir embora.
...
Pedro!
Onde você se escondeu?
Que louco esse louco...
(em voz alta, na cidade) Pedro!

Dizendo alguma coisa em voz baixa para si mesmo, entra no taxi e vai embora. Escuro.

FIM


Pedro Barateiro (Portugal, pág 99)

Crédito: Folha Imagem
A escritora Clarice Lispector, que se encontra acompanhada na foto por duas pessoas

Na imagem ao lado, a escritora Clarice Lispector encontra-se acompanhada. Todos caminham pelo meio de uma quinta na direção de um picadeiro para assistir a um espetáculo de cavalos.

Durante o percurso, ela conhece alguns amigos de amigos. Um deles é o homem de chapéu, um ator que, apesar de ter conhecido Clarice há poucos minutos, já lhe fala num tom de proximidade.

No momento antes da fotografia ser tirada, o ator está dizendo a Clarice: "A necessidade de personificação foi sempre a necessidade humana de alguém supor-se outro. Um outro mais poderoso, mais seguro, mais livre." Clarice vira-se para o fotógrafo na tentativa de esquecer aquele momento. A câmera dispara.

O grupo de pessoas continua andando, mas os dois ficam para trás e Clarice diz para o ator: "Hoje, quando sentei para tomar meu café da manhã, reparei que ainda estava escuro. Escutei estampidos. Fui para fora da casa. O vento era tão forte que carregava a terra da superfície do solo. Vi com clareza, pois a minha terra é uma colina. O estrondo assustou tanto os cavalos que alguns galoparam em pânico. E o cavalo que estava mais próximo de mim me olhou assim como você está me olhando agora". [Imaginado por Pedro Barateiro]


Thomas Lanette (França, pág. 64)

Crédito: Arte Matriz do destino

A MATRIZ DO DESTINO
(www.thomaslannette.com/matriz)

Você precisa de:

  • Um lápis
  • Uma caneta ponta porosa vermelha
  • Um dado de seis lados
  • Uma tesoura
  • Um tubo de cola
  • Uma moeda

1 - PREENCHIMENTO DA PLANILHA

a - casas vazias

A planilha contém oito casas vazias.

  • Em alguma delas, a sua escolha, escreva o dia de seu nascimento.
  • Numa outra, sempre a sua escolha, escreva o mês de seu nascimento.
  • Em outra, escreva o quinto algarismo de seu número de telefone (deixe vazio se você não tiver telefone).
  • Em outra, escreva um número a sua escolha, de zero a nove.
  • Em outra, jogue o dado e escreva nela o número tirado.
  • Em outra, escreva: A, B, ou C.
  • Deixe as duas últimas vazias.

b - o pentágono do cavaleiro

  • Para escolher sua casa de partida, coloque a ponta da caneta no centro da planilha, suspenda-a 20 cm acima da folha, depois a largue. A casa onde a ponta da caneta cair será sua casa de partida. Se a ponta da caneta cair fora do papel, recomece a operação até que uma casa seja designada.
  • A partir dessa casa, avance duas casas numa direção, depois uma casa em outra direção (como o cavaleiro no jogo de xadrez). Jogue o dado. Adicione o resultado obtido ao número contido na casa em que você caiu (sem o algarismo zero), depois substitua aquele número pelo resultado. Se o resultado dor superior ou igual a dez, substitua a casa por um círculo vermelho.
  • Recomece a operação a partir da última casa na qual você chegou, e isso até que você tenha cinco círculos vermelhos na folha.
  • Se durante seu percurso você cair numa casa que já tenha um círculo vermelho ou uma letra, jogue novamente sem lançar o dado.
  • Quando você tiver cinco círculos vermelhos, ligue-os de modo a obter uma forma fechada. As casas por onde passarem os traços não serão mais contabilizadas até o final do jogo.

c - casa preta

Jogue o dado duas vezes para determinar uma casa que você colorirá inteiramente de preto. O primeiro lance do dado corresponde à coluna e o segundo, à linha.

d - duplos
Veja se para cada linha e cada coluna, existe um (ou vários) número(s) que aparece(m) ao menos duas vezes. Nesse caso, marque-os com um círculo (lembrete: as casas atravessadas pelos traços do pentágono não serão consideradas).

2 - HORA DE FAZER AS CONTAS

Para cada linha e cada coluna, calcule a soma dos números sabendo que:

  • as contas devem ser feitas da esquerda para a direita, para as linhas, e de alto a baixo para as colunas;
  • um número cercado vale o dobro;
  • as casas atravessadas pelos traços do pentágono não são consideradas;
  • as casas pretas têm valor zero;
  • os números situados depois e uma casa preta (se ele for considerada) devem ser subtraídos, e não somados;
  • a letra A, quando não descartada, tem valor um;
  • a letra B, quando não descartada, tem o valor do número de casas vermelhas situadas na mesma fileira que ela;
  • a letra C, quando não descartada, tem o valor da soma das casas cercadas da sua fileira menos três. Divida o número obtido pelo número de casas válidas e arredonde para baixo se precisar. Escreva o resultado no círculo no fim de cada fileira.

3 - ETAPA ESCULTURAL

  • Recorte os pontilhados à direita da planilha e dobre sobre ela as faixas obtidas.
  • Para cada faixa e depois para tantas casas quanto o número indicado no círculo situado no verso da faixa.

Se o número for inferior a zero, não recorte nenhuma casa.
Se o número for superior a seis, recorte seis casas.

  • Para uma leitura mais fácil, você pode colar as faixas dobradas restantes sobre a planilha.
  • Finalmente, para cada coluna, você vai determinar com cara ou coroa o número de casas que você fará: o número escrito no círculo no alto de cada coluna determina o número de lances a fazer. Cara=1 pt, coroa=0 pt.
  • Faça tantos furos quanto os pontos obtidos, nas casas de sua escolha (de preferência naquelas que contêm números, mas, em princípio, qualquer casa pode ser furada). Se o número de pontos for superior a seis, fure todas as casas da coluna.
  • Se o número escrito no círculo for negativo, efetue um número de lances igual ao valor absoluto do número, e considere nesse caso Cara = 0 pt. e Coroa = 1pt.

4 - RESULTADOS
Em seguida, para saber que símbolo corresponde a esses resultados e que previsões estão associadas a ele, acesse o site internet gratuito: www.thomaslannette.com/matriz.

Leia mais em Exposições

Leia mais no Guia da Folha Online

Especial

Livraria

As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais