A inquietude artística de Gordon Matta-Clark é feita de concreto. A crítica do norte-americano à falência da arquitetura e ao colapso das políticas habitacionais reflete-se nas séries que compõem "Gordon Matta-Clark: Desfazer o Espaço", exposição itinerante que chega ao MAM (Museu de Arte Moderna), região sul paulistana, e abre ao público nesta quinta-feira (11).
Com curadoria de Tatiana Cuevas, do Museo de Arte de Lima (Peru), e de Gabriela Rangel, diretora de artes visuais da Americas Society em Nova York (EUA), a mostra abriga fotografias e vídeos dos antológicos cortes visuais feitos pelo filho do surrealista Roberto Matta em edifícios, como "A W-Hole House" (1973) e "Circus" (1978). Uma das séries fotográficas mostra a intervenção do artista na estrutura do Museo Nacional de Bellas Artes do Chile, que será mostrada ao público pela primeira vez.
Ações políticas e sociais do artista --como "Garbage Wall" (1970), "Counter-Biennial" (1971), "Fresh Air" (1972) e "Fake Estates" (1973)-- são colocadas em posição de avaliação na exposição, bem como o conceito de "anarquitetura". A performance de Matta-Clark no Muro de Berlim, apresentada em "The Wall" (1976), também faz parte do conjunto e se insere no contexto da Guerra Fria e da mutação urbana.
Comentários
Ver todos os comentários