Pintor, desenhista, gravador, ilustrador e cenógrafo, Glauco Rodrigues, um dos maiores artistas contemporâneos brasileiros, ganha retrospectiva na Caixa Cultural São Paulo (zona oeste de São Paulo) até 21 de agosto.
Com curadoria do dramaturgo Antonio Cava, a exposição "O Universo Gráfico de Glauco Rodrigues" reúne mais de cem originais de Glauco, entre serigrafias, litografias, linoleografias, capas de revistas, como a extinta "Senhor" e a "Veja" dos anos 1950, 1960 e 1970 --entre outras--, capas de livros e discos de nomes como João Bosco, Jorge Mautner, Neguinho da Beija Flor e João Cabral de Melo Neto e cartazes de filmes.
Gaúcho de Bagé, nascido em 1929, Glauco Rodrigues criou o Clube da Gravura de Bagé, em 1951, com os artistas Glênio Bianchetti e Danúbio Gonçalves. Já em 54 integrava o Clube da Gravura de Porto Alegre com Vasco Prado e Carlos Scliar. No fim dos anos 1950, mudou-se para o Rio. Entre 1962 e 1965, morou em Roma e, nesse período, participou da Bienal de Veneza com Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e Frans Krajberg.
Ele também foi ilustrador na revolucionária revista "Senhor" ao lado de Carlos Scliar, Jaguar, Bia Feitler, Paulo Francis, Ivan Lessa, Luís Lobo e Newton Rodrigues.
Durante sua carreira, Glauco foi do figurativo ao abstracionismo gráfico, tendo encantando-se, durante a Bienal de Veneza, pela Pop Art.
Glauco Rodrigues tem veia historiadora com grande influência da cultura tropical, imprimindo cargas de sensualidade e forte olho crítico à sua obra. Sua finalidade sempre foi criticar e revelar um Brasil usando montagem "carnavalesca", mesclando passado e presente em uma arte que se passaria por fantasiosa, não fosse tão lúcida.
A mostra conta ainda com comentários de escritores como Clarice Lispector e Luis Fernando Veríssimo sobre o artista.
Caixa Cultural - Conjunto Nacional - av. Paulista, 2083, Cerqueira César, zona oeste, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3321-4400. Ter. a sáb.: 9h às 21h. Dom. e feriados: 10h às 21h. Até 21/8. Grátis.
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