Hip Hop DJ 2008 revela talentos nacionais dos toca-discos

Conhecida mundialmente como "turnablism", a arte de fazer "scratches", "back to backs", colagens e batidas utilizando apenas um par de toca-discos, um mixer e alguns vinis foi o que originou o Hip Hop DJ. Idealizado por KL Jay, dos Racionais MCs, e pelo rapper Xis, o campeonato nacional de performance encerra as eliminatórias da 12ª edição no Studio SP na quarta-feira (3).

Crédito: Marcos Hatiya/Divulgação
Vencedor da etapa brasileira, DJ RM vai representar o país na final mundial do DMC

Dessa segunda etapa, somente cinco dos dez competidores --Zulu (região leste da capital paulista), Rjay (Sorocaba, SP), Lê (região oeste), Nino (Rio de Janeiro, RJ), Ckrill (Santo André, SP), Jeff Bass (Curitiba, PR), Davi Frias (Diadema, SP), Lisa Bueno (região norte), Pow (região oeste) e Bidu (região leste)-- sairão com vaga garantida na final, que acontece em novembro.

Os DJs Tano (Diadema, SP), três vezes campeão do HHDJ, Jerry (região leste), Marques (Santo André, SP), MF (região oeste) e Sleep (São José dos Campos, SP) foram os melhores colocados na primeira fase. Erick Jay, vencedor em 2007, compete direto na final.

De acordo com KL Jay, cerca de 25 DJs fizeram inscrição para o campeonato e apenas cinco ficaram de fora. "Pedimos para os interessados enviarem material em áudio, assim podemos avaliar quem está apto a participar", explica. "Os critérios são os mesmos utilizados pelos jurados lá na hora da verdade: tempo, criatividade e técnicas de batida e de scratch. Todos têm até três minutos para mostrar habilidade e ritmo."

Histórico

Há 12 anos na ativa, o Hip Hop DJ já teve mais etapas. Anteriormente, a organização levava as eliminatórias às quatro zonas da cidade. De lá para cá, a disputa se consolidou em menos datas, mas não deixou de revelar muitos talentos a cada ano. Nuts, King, Cia e Marco são alguns deles. Importantes nomes das pistas, eles dividem o tempo entre o comando das festas mais bem conceituadas do gênero no país e a produção musical de artistas nacionais.

Outros foram um pouco mais longe. Rodrigo Antônio Mello, mais conhecido como RM, vai representar o Brasil em Londres, no maior campeonato de "turntablism" do mundo, o DMC World Championship, agendado para os dias 26 e 27 de setembro. Vice-campeão de três edições do HHDJ, o DJ e produtor da região leste da capital foi o vencedor do DMC Brasil, que passou por aqui em julho, após 11 anos de ausência. Enquanto a viagem não chega, RM compõe a banca de jurados do nosso torneio ao lado dos DJs Cia, Ninja e Primo.

Supremacia masculina

Entra ano e sai ano, Lisa Bueno é o único nome de mulher visto nos flyers dos campeonatos. Na eliminatória Sudeste do DMC Brasil, ela dividiu o primeiro lugar com Basim. RM ficou em segundo. Foi para a final, com 12 homens. Nesta quarta não vai ser diferente. Ágil nos toca-discos, Lisa treina em sua escola, a Electronic DJs, entre uma aula e outra. "Eu procurei aprimorar as técnicas de batidas, scratches e colagens em português. Dessa vez, vou usar o disco do norte-americano I-Emerge, bicampeão do DMC", conta.

"Tem muita mulher tocando por aí, lá fora mesmo tem um monte de 'mina'. A cena até pode ser um pouco machista, mas vai da mulherada correr atrás", opina RM. "A questão é ter talento e mostrar, porque ser campeão ou não depende exclusivamente da técnica e da criatividade."

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Endereço: r. Augusta, 591, Consolação, centro, São Paulo, SP. Classificação etária: 18 anos
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