Museu do Futebol abre exposição de camisas de anônimos

José Cassio Erbisti, 59, exibe orgulhoso a camisa do Esporte Clube Águia Negra. Ele nunca viu o time jogar. Jamais pisou no município de Rio Brilhante, em Mato Grosso do Sul, onde fica a sede da equipe. Mas guarda com carinho o exemplar que faz parte de sua coleção de 1.800 camisas de times de futebol.

Crédito: Maria do Carmo/Folha Imagem

A paixão começou há 15 anos e hoje ocupa quatro armários da casa em que vive, no Brooklin. Todas as peças estão catalogadas e divididas por unidades da Federação. Entre modelos famosos, que exibem o nome de Pelé e Ronaldo e lembram as conquistas das Copas, Cassio investe em camisas de times de futebol desconhecidos, espalhados pelos 27 Estados brasileiros.

A partir desta quarta-feira (20), 119 dessas raridades estarão à vista do público no Museu do Futebol. Elas são parte da exposição temporária "Mania de Colecionar". Junto com elas, mais de 250 flâmulas e 5.000 botões completam a mostra, que vai até agosto.

"De alguns times eu não sabia nem a cor da camisa", lembra Cassio, que conta com uma rede de amigos para garimpar as peças Brasil afora. A do Águia Negra foi um conhecido que mora na região centro-oeste que conseguiu. "Dei uma lista, e ele me manda o que encontra." A camisa do carioca Esporte Clube Anchieta (1), usada na década de 1980, veio da troca com um colecionador do Rio de Janeiro. Outras comprou pela internet.

De compra, troca e achados, a coleção de Cassio tem camisas do Barras Futebol Club, do Piauí (2); da Associação Desportiva Granjense, do Ceará (3); do Pantanal Futebol Clube, do Mato Grosso do Sul (4); e do Clube Esportivo Paysandu, de Santa Catarina (5), entre outros "desconhecidos".

Ao elevá-las a peças de museu, ganham outro significado. "Esses objetos ajudam a preservar a memória do país", diz Leonel Kaz, curador do Museu do Futebol. "O objetivo é transformar história em vida. Tudo com muita cor."

Cassio, torcedor do Santos, garante que suas preciosidades são uma aula de geografia. Quem passar pelo museu, sairá conhecendo as cidades de Itaguaçu, no Espírito Santo, e Ladário, em Mato Grosso do Sul. Além, claro, da grande chance de ser "picado" pela mania de colecionar.

"Mania de Colecionar"
Museu do Futebol - Estádio do Pacaembu. Pça Charles Miller, s/nº, Pacaembu, região central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3663-3848. Ter a dom.: 10h às 17h (consulte o horário em dias de jogos). Livre. Ingr.: R$ 6 (R$ 3 para estudantes e idosos). Qui.: grátis. Período: 20/5 a 16/8. www.museudofutebol.org.br

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