Após 1 ano de vídeo, A Banda Mais Bonita da Cidade faz show em SP

Crédito: Divulgação
A Banda Mais Bonita da Cidade (foto) sobe ao palco da rua XV de Novembro, durante a Virada Cultural, neste domingo (6), às 17h

"Meu amor, essa é a última oração..." é o primeiro verso de um dos vídeos mais vistos no Brasil, em 2011. Com quase 10 milhões de acessos, o viral "Oração", postado em 17 de maio, tornou a Banda Mais Bonita da Cidade nacionalmente conhecida. E a qualidade? "Acho que esse é um conceito bem relativo na pós-modernidade, né?", responde o baterista Luis Bourscheidt.

Um ano após o sucesso repentino, o grupo é uma das atrações da Virada Cultural, com apresentação neste domingo (6), às 17h, na rua XV de Novembro (centro).

A formação segue a mesma: Uyara Torrente (vocal), Rodrigo Lemos (teclado), Vinicius Nisi (teclado), Diego Placa (baixo), além de Luis.

Com o impulso do clipe, os amigos de Curitiba gravaram o primeiro disco, por meio de financiamento coletivo dos fãs e internautas, arrecadando cerca de R$ 50 mil. "Foi suficiente não só para atender os custos de gravação, mas para bancar também a confecção de produtos que oferecemos como 'recompensa' para quem contribuísse com o projeto", conta o baterista.

ABAIXO, RELEMBRE O HIT "ORAÇÃO" E LEIA BATE-PAPO COM O BATERISTA LUIS BOURSCHEIDT


Guia - Após um ano do vídeo "Oração", o que mudou na sua vida e na do grupo?
Luis Bourscheidt -Muitas coisas. Nunca imaginamos que teria tantas visualizações. Foi tudo muito repentino. Tivemos que adaptar a nossa rotina, priorizando os compromissos da banda. Todos nós já trabalhávamos com música, de alguma forma, mas a banda nunca foi a prioridade. Claro que tínhamos --e temos ainda-- um grande carinho pelo projeto, mas víamos como um parque de diversões musical, no qual a gente se divertia tocando e, claro, fazendo alguns vídeos de vez em quando. Depois de "Oração" esse parque se tornou nossa prioridade e acho que essa foi a grande mudança para todos nós. Além disso, foi possível conhecer muitas pessoas nesse "1 ano de 'Oração'". Com algumas tivemos muita afinidade e estamos tendo a oportunidade de estabelecer novas parcerias musicais. Possivelmente não teríamos tido a possibilidade de fazer esses contatos se não fosse o vídeo.

O que pretendem apresentar no show da Virada Cultural? Alguma versão de outro artista?
Vamos tocar o show de lançamento do nosso disco. Já fizemos isso no início do ano em São Paulo, em fevereiro e março, mas agora sabemos que o público será bem maior. Será um show muito importante. Vamos tocar as músicas do CD e mais algumas que, habitualmente, tocamos, mas não estão no disco. A banda não compõe, fazemos arranjos de músicas que "roubamos" dos amigos, então são sempre versões, na verdade.

Como caracteriza o primeiro disco? E quais os destaques?
Acho que a maior característica do primeiro CD é o susto de se fazer um disco. O "boom" de 2011 fez com que gravássemos tudo às pressas, por meio de um financiamento coletivo --o público contribuiu financeiramente para o disco--, para atender uma demanda e para que as pessoas pudessem conhecer a banda além de "Oração". Com isso, essa faixa tem uma grande importância dentro do repertório. Mas, o público que vem acompanhando a banda desde então elegeu outros destaques ao vivo como "Canção Pra Não Voltar", "Aos Garotos de Aluguel" e "Nunca".

Quais as principais influências que tiveram?
Para este disco: os compositores e as personagens das letras das suas canções, que são a matéria-prima para a Uyara interpretar as músicas. Acho que temos muitas influências e não seria justo citar nomes. O que dá pra dizer é que não temos preconceito com nada. O cinema, uma pintura ou mesmo alguém que conhecemos pessoalmente, podem ser influências para o nosso som, não apenas outros músicos. Se tivesse que citar alguém, acho que a banda vai de Tarantino a Roupa Nova, passando por Arcade Fire...

O que não gostou do primeiro disco?
Eu gosto muito do disco, muito mesmo. Como disse, ele foi feito às pressas e acho que isso é um retrato fiel do que passamos naquele momento. Então, vejo tudo com muito carinho, mesmo tendo algumas coisinhas no disco que, se gravássemos hoje, certamente faríamos de maneira diferente. Aprendemos com os erros e amadurecemos, e isso é bom. O erro é uma coisa boa e, por isso, vale a pena errar tentando acertar, certo?

Também participaram da coletânea em homenagem ao Los Hermanos. Houve conversas sobre abrir algum show dessa turnê deles em SP?
As aberturas se deram, mas não a partir da participação na coletânea. Já tínhamos recebido contato da produção do Abril Pro Rock para tocar na mesma noite do Los Hermanos. E, aqui em Curitiba, tocaremos juntos mais uma vez no festival Lupaluna, porém em palcos separados. Gostamos muito do Los Hermanos e, claro, se pintarem outros convites para tocar com eles novamente ficaremos muito felizes.

Como lidam com as críticas, já que muitos desacreditam da qualidade?
É tranquilo. Todos podem falar o que quiserem, certo? A princípio, a gente prefere dar ouvidos ao que queremos realmente fazer. Já li muitas críticas sérias, pertinentes; outras apenas mal intencionadas. E sobre qualidade, acho que esse é um conceito bem relativo na pós-modernidade, né?

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