Samuel Rosa quer aproximar Skank do público, com "Estandarte"

Quem assistir ao novo show do Skank nesta sexta-feira (7) e sábado (8) no Citibank Hall, região sul de São Paulo, irá notar a leveza e a força das canções presentes no recente álbum "Estandarte", além de poder participar efetivamente da apresentação por meio de uma votação via celular que definirá quais músicas entram no "bis". Os fãs também podem ir preparados para adquirir discos, camisetas, pôsteres e palhetas na "Skank Store", uma lojinha completa e personalizada que acompanha a turnê desse oitavo disco de inéditas do grupo mineiro --que também tem um ao vivo e uma coletânea. Os shows na capital paulista acontecem às 22h e os ingressos custam R$ 60 (pista) e R$ 150 (camarote).

Crédito: Weber Pádua/Divulgação

Em conversa com o Guia da Folha Online, o vocalista Samuel Rosa fala sobre a preocupação em reforçar a interação cibernética com o público --o site, repaginado, agora tem vídeos, blog e rádio personalizada--, explica o segredo de a banda se manter no topo por tanto tempo --o primeiro CD foi lançado em 1993--, comenta as canções insinuantes e sensuais do disco e demonstra sua insatisfação com "a maneira grosseira com a qual as pessoas consomem música hoje em dia".

As parcerias habituais com Chico Amaral, agora mais intensas com Nando Reis e renovadas com César Maurício foram fundamentais para compor esse novo capítulo da história do Skank, que consegue fazer de "Estandarte" um trabalho substancialmente novo, mesmo reunindo elementos que remetem o ouvinte a diversas outras fases da banda. "Nosso fã tem sempre a certeza de que não está levando mais do mesmo", diz o vocalista, que divide os palcos com Henrique Portugal, Lelo Zanetti e Haroldo Ferretti.

Do "Estandarte", a faixa "Assim sem Fim" contém algumas passagens marcantes, como o trecho "o que ainda é meu não me devolva não, não", que aparece no ápice da música em meio às "onomatopéias" características de Samuel --nesse caso, algo suave como "dju ral éh, di daun, di daun". O artista diz que a canção não faz parte do repertório desse novo show, mas como eles fizeram questão de abrir espaço para o público indicar suas preferências, tudo pode acontecer, até que as cortinas encerrem o espetáculo.

Mas ele confirma a presença das recentes "Ainda Gosto Dela", que conta com a participação de Negra Li nos refrões --a assessoria da cantora confirma sua participação na apresentação de sábado--, "Sutilmente" (com grandes chances de ser a próxima a ir para as rádios, de acordo com Samuel) e "Pára-Raio" (que abre o show), além das famosas "Três Lados", "Garota Nacional", "Balada do Amor Inabalável" e "Ali".


Crédito: Reprodução

Guia da Folha Online - O que há de novo no "Estandarte", oitavo disco de inéditas do Skank?
Samuel Rosa - Tudo! Está tudo novo. O Skank não faz disco de forma burocrática, só porque tem que lançar um álbum. Eu acho que o nosso fã, que vai comprar o disco, tem sempre a certeza de que não está levando mais do mesmo. Se tem uma banda que pode dizer isso, eu acho que é o Skank, modéstia à parte. Nós temos conseguido, ao longo dos anos, nos manter como uma banda criativa, diferenciada, fugindo sempre das repetições, e é isso o que nos mantém vivos mesmo, com tesão de estar na estrada, de fazer o que a gente faz. E nós procuramos exatamente o rompimento com o velho para tentar buscar o que é novo.

Guia - As 12 novas músicas foram feitas em parceria com três outros compositores. Como foi esse processo, você produziu as melodias e eles contribuíram com as letras?
Samuel - É, eu não faço letra, só dou "pitaco", falo o que eu acho que é legal ou não pro Skank. Às vezes peço pra mudar uma coisa ou outra, mas sou um melodista, não tem jeito. O Nando Reis e o Chico Amaral são parceiros de longa data, e eu tenho privilégio e orgulho de trabalhar com esses dois letristas que, para mim, são uns dos melhores do pop rock brasileiro. A "cerejinha do bolo" é o César Maurício, com quem eu comecei a compor recentemente, no "Carrossel" [disco de 2006].

Guia - A presença de músicas insinuantes em "Estandarte" foi algo proposto pela banda ou aconteceu naturalmente?
Samuel - É possível notar esse tipo de música em toda a trajetória do Skank, como em "Garota Nacional", que talvez seja o maior exemplo. Mas o bom é que a gente também não ficou engessado em uma ou outra temática, sempre foi uma coisa mais aberta. Mas esse disco tem, realmente, um contingente de sensualidade. Curiosamente, o Chico [Amaral] e o Nando [Reis] acabaram escrevendo sobre temas semelhantes. Eu acredito que isso aconteceu por conta do clima que a gente conseguiu criar no estúdio, que acabou inspirando esses letristas a dizerem coisas parecidas. Eu achei legal pra caramba, porque acaba dando uma unidade ao álbum.

Guia - A capa do disco também chama bastante atenção. Você acha que isso pode ajudar a aumentar as vendas do álbum?
Samuel - Nós conhecemos o Rafael [Rafael Silveira, responsável pelas pinturas do encarte] por meio do livro que ele lançou no ano passado e queríamos que o encarte tivesse a ver com esse trabalho. Depois de ouvir as músicas, ele criou uma capa específica para o Skank, de acordo com o que ele percebeu do álbum. A gente adorou o resultado e, certamente, quem compra o disco já o recebe de uma outra forma, vendo uma capa tão legal. Eu acho que ajuda muito, até porque a gente acredita demais nesse modelo clássico de consumo de música mais requintado, que vai na contramão do que é hoje o MP3, o consumo por atacado. Na minha modesta opinião, eu acho um pouco grosseira a maneira como as pessoas consomem música hoje em dia, todo mundo só com iPod. Eu sou partidário ao consumo mais profundo mesmo, ficar ouvindo um disco durante um bom tempo, olhando a capa, sacar qual a intenção do grupo ali, ver quem gravou o quê, ouvir as músicas dentro do contexto.

Guia - Durante a turnê do "Estandarte", o público poderá votar nas músicas que prefere ouvir no "bis", além de ter à disposição uma lojinha com produtos variados da banda. A intenção é aproximar ainda mais o público?
Samuel - A gente está incrementando um pouco mais essa comunicação com o público, dando ênfase também a essa via cibernética, pra não ficar muito pra trás nos tempos modernos, pra tornar tudo mais contemporâneo. Nós demos uma repaginada no site também, onde os fãs podem ver vídeos das gravações, ler depoimentos da própria banda e escutar uma rádio com nossas sugestões, além de ouvir as músicas novas. É incrível como há um feedback instantâneo, até porque o pessoal comenta sobre o disco, sobre as músicas que vão para as rádios, e eu gosto de ler tudo, acho bem bacana.

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