"Dá muita insegurança", diz Flausino sobre novo trabalho do Jota Quest

O estúdio Minério de Ferro foi construído neste ano em Belo Horizonte (MG) exclusivamente para servir de palco para as gravações do novo disco da banda mineira Jota Quest, e grande parte dos sons produzidos por lá serão apresentados ao público paulistano nesta sexta-feira (14) e sábado (15) no HSBC Brasil, região sul da cidade de São Paulo. Os shows de lançamento da turnê "La Plata" acontecem às 22h e os preços variam de R$ 70 (pista) a R$ 200 (camarote).

Crédito: Divulgação

O vocalista Rogério Flausino, em conversa com o Guia da Folha Online, disse que o novo repertório é composto por oito músicas desse sexto álbum de inéditas do grupo, incluindo "La Plata", que já está nas rádios de todo o país, "Ladeira", parceria com Nelson Motta, "Paralelepípedo", "O Grito", "So Special" e "Hot to Go". Essas duas últimas terão a participação do canadense Ashley Slater --criador da banda inglesa Freak Power--, que gravou as músicas com o Jota Quest e que, agora, volta ao Brasil especialmente para os shows de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Mas quem ainda não comprou o CD e nem escutou as recentes canções pelo MySpace da banda também pode aproveitar o show ao som das conhecidas "Além do Horizonte", "Mais uma Vez" e "Dias Melhores", além de uma versão mais moderna de "Encontrar Alguém", feita especialmente para a ocasião.

Os sete meses em que estiveram em estúdio --de março a setembro-- foram tão produtivos, que Rogério Flausino (vocal), Marcio Buzelin (teclados e programações), Marco Tulio Lara (guitarra), Paulinho Fonseca (bateria) e PJ (baixo) tiveram a difícil tarefa de escolher, entre cerca de 30 canções, as 13 que entrariam no "La Plata". "Esse foi o disco do qual sobraram mais músicas", diz o vocalista. "A balada 'Vem Andar Comigo' e 'Tudo Me Faz Lembrar Você' eu já tocava há bastante tempo, e acabaram entrando só agora."

A preocupação em oferecer aos fãs um espetáculo grandioso --com vídeos, luzes e um telão de 50 m², que exibirá imagens criadas pelo designer Muti Randolph-- serve apenas como um "adereço", como diz Rogério, "algo que foi conquistado com o tempo". "A gente fica muito feliz por poder levar nossa estrutura a todos os lugares do país, mas o foco mesmo é o grupo no palco, é o som, a música."


Guia da Folha Online - Como foi essa experiência de gravar o disco todo em Belo Horizonte, em um estúdio construído especialmente para o novo álbum?
Rogério Flausino - Fez toda a diferença. Muito melhor do que quando a gente tinha que sair de BH para gravar em outros locais, ter que ficar em hotel etc. Lá a gente ficou muito mais solto, até porque, estando perto de casa, dava pra ir, voltar, passar a noite no estúdio ou em casa. Nós começamos a gravar em março e ficamos sete meses produzindo, com todo o gás, e fizemos tudo por lá mesmo: pré-produção, gravação, mixagem, videoclipe, homepage, enfim, todas as ações. Nós também desaceleramos um pouco o ritmo, fizemos menos shows durante esse período, para sobrar mais tempo para a produção do "La Plata". Tudo aconteceu no maior alto astral, foi uma grande conquista.

Crédito: Divulgação

Guia - O que vocês mais aprenderam durante a convivência com Ashley Slater?
Rogério - A gente não sabia muito bem o que esperar, até porque não sabíamos como o cara era. "Quem será que vai chegar aqui?", "será que é um cara doidão?" Mas ele é uma figura muito legal, talentosíssimo, trouxe uma energia muito boa para a banda. Uma coisa que chamou a atenção de todo mundo foi como o cara é extremamente profissional, chegava e ficava trabalhando o tempo todo, supermusical. Ele "botou fogo" em todo mundo. Ele ficou mais de uma semana com a gente no estúdio e gostou tanto que vai voltar agora [para participar dos shows].

Guia - Durante o show, o público também poderá ver criações do designer Muti Randolph em um grande telão. Como serão esses efeitos?
Rogério - A gente vem trabalhando há alguns meses, criando texturas, coisas gráficas, uma ou outra brincadeira com poesia concreta. São imagens que têm a ver com as músicas, mas não é algo literal, é tudo muito subliminar, é pra envolver as pessoas. É como se você estivesse em uma peça de teatro e, a cada ato, o cenário fosse trocado. Mas em algumas canções não vai ter nada, só luz, por exemplo, ou imagens nossas tocando, mas sempre de forma alternativa, com texturas também. O Randolph é um cara muito legal, tem em seu portfólio realizações muito bacanas. Mas essa pirotecnia toda vem como um adereço, não foi feita para ser o principal. Essa turnê pretende dar um destaque maior para a banda tocando, no palco, o resto é adorno. A gente quer fazer um show "up", divertido, pop, bacana, pra rapaziada.

Guia - Com a inclusão das músicas novas, como ficou o show, na sua opinião: mais dançante, romântico ou agitado?
Rogério - Das oito novas que a gente escolheu, só "Paralelepípedo" é mais lenta, o resto é tudo bit, uma mais funkeada, uma mais rock, então acho que vai ser um show mais "pra cima". Tem música pra cantar, pra dançar, pra beijar, um pouquinho de cada coisa. Na verdade, eu acho que esse disco está um pouco diferente, a gente está sentindo que pode vir a apresentar uma nova sensação. Eu não acho que esse show vá ser igual aos outros do Jota, assim como esse disco não é, mas eu não tenho como falar isso ainda. A gente está tentando levar o que a gente gravou para o palco, mas nós só vamos saber lá o que vai acontecer. E muita coisa pode mudar, a gente pode optar por tocar as baladas do disco lá na hora, mas a verdade é que estamos gostando mesmo das "pauleiras", das mais animadas. Não está rolando uma vontade muito grande de tocar as lentinhas, não.

Guia - Antes de um show de lançamento como esse, em São Paulo, dá um certo nervosismo, insegurança, por não saber qual será a reação do público?
Rogério - Dá muita insegurança! Eu fico tenso pra caramba, fico pensando "qual a primeira música, a segunda, como que encerra? Acho que ninguém vai dançar nessa". Mas tem que estrear, tem que "perder a virgindade", aí tudo fica mais fácil. Mas a insegurança é muito grande. A gente está vindo de uma turnê de sucesso, então até 30 dias atrás o nosso show era muito agitado, todo mundo participando, e agora vai mudar. Imagine você incluir oito músicas novas em um repertório? É natural que seja diferente. Então eu acho que todo mundo vai passar por uma nova experiência, inclusive a gente.

Informe-se sobre o evento

Leia mais

Especial

Livraria da Folha

Endereço: r. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, região sul, São Paulo, SP. Classif. etária: 14 anos.
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais