Fenômeno de bilheteria, Lenine lota salas de SP com "Labiata"

Foram necessárias apenas algumas horas do dia 25 de outubro para que 3.000 ingressos sumissem das bilheterias do Sesc de São Paulo direto para as mãos de fãs. Um mês antes, também no Sesc-SP, outros 3.000 ingressos para ver o mesmo artista já haviam evaporado no mesmo dia da abertura das bilheterias. Quem teve a proeza de lotar seis salas do Sesc Pinheiros em apenas dois dias foi o cantor e compositor pernambucano Lenine.

Crédito: Nana Moraes/Divulgação
Lenine posa para foto de divulgação de seu oitavo álbum "Labiata"

O fenômeno de bilheteria, autor de canções como "Jack Soul Brasileiro", "Hoje eu Quero Sair Só", e "Paciência", volta à capital paulista com três shows extras [todos com ingressos esgotados] nesta sexta-feira (14) e sábado (15), às 21h, e no domingo (16), às 18h, no Sesc Pinheiros.

Lenine, 49, retorna a São Paulo com a turnê do recém-lançado CD "Labiata" (Universal), o oitavo de sua carreira, que passou pela cidade nos dias 31 de outubro, 1 e 2 de novembro.

A procura por ingressos para ouvir o novo repertório do cantor de sotaque carregado e farta cabeleira foi tão intensa na primeira temporada que justificou sua extensão no mês seguinte.

O que não era esperado, no entanto, é que houvesse novamente uma procura tão afoita por ingressos em menos de um mês depois das primeiras apresentações do músico, disse a assessoria do Sesc à Folha Online. Antes de tocar em São Paulo, o cantor esteve em Paris (França) e, em 2009, deve começar a turnê mundial de "Labiata".

Paixões

Para criar "Labiata", Lenine uniu duas de suas paixões: música e orquídeas. Labiata é uma espécie de orquídea (Cattleya labiata) que se adapta bem a qualquer região, possui ampla variedade de matizes de cores e vive tanto ao nível do mar como a dois mil metros de altitude.

Tão versátil quanto a flor é o álbum "Labiata", que possui 11 faixas inéditas assinadas por compositores parceiros de longa data de Lenine, como Bráulio Tavares e Ivan Santos, até uma parceria inédita dele com o expoente do mangue beat, Chico Science (1966-1997).

Crédito: Camila Carolina/Divulgação
Lenine durante primeiro show de "Labiata", no Sesc Pinheiros, em SP

O trabalho é o primeiro de estúdio do pernambucano desde "Falange Canibal" (2002). Nestes seis anos, Lenine gravou dois registros ao vivo, trabalhou para e com outros artistas como Pedro Luís e a Parede e a cantora mexicana Julieta Venegas e ainda compôs a trilha do espetáculo de dança "Breu", da companhia de Deborah Colker.

Mais versátil que "Labiata", entretanto, é a carreira musical do artista, que chegou ao Rio de Janeiro em 1979, vindo do Recife para tentar a vida como músico. Do início em "Baque Solto" (1983), ao reconhecimento internacional com "Olho de Peixe" (1992) --gravado em parceria com o percussionista Marcos Suzano--, seguido de "O Dia em que Faremos Contato" (1997), o músico mostrou suas várias facetas musicais ao se apropriar de ritmos regionais, rock, pop, samba e outros em cada trabalho. Os álbuns posteriores "Na Pressão" (1999), "Falange Capital" (2001), "Incité" (2004) e "Acústico MTV" (2006) também foram bem recebidos por crítica e público.

Com "Labiata", Lenine mostra novamente um trabalho diferenciado, mas sem deixar de lado sua marca de ritmos e batidas. Ele fala muito sobre amor, futuro e até vai ao degelo do planeta. O trabalho também tem a novidade de ser o primeiro de sua carreira editado pela gigante gravadora Universal.

Disco rápido

Para conceber "Labiata", Lenine entrou no estúdio sem ter escrito ou arranjado nenhuma música. Mas o trabalho com músicos de sua intimidade, como JR Tostoi --produtor do álbum--, Pantico Rocha e Guila, permitiu agilidade. "Entre compor, gravar e começar a produzir não se passaram mais de 15 dias. Parte da produção e mixagem foram feitos na Inglaterra, nos estúdios Real World e Sound Performance --no último foi feita a dupla remasterização de "Labiata", transformando-o em CD e vinil", segundo a assessoria do cantor.

"Geralmente, quando você começa a fazer um disco, já tem um pedaço dele pronto. Nesse, por uma conjugação de falta de tempo e por querer testar esse frescor de compor e gravar, fui fazendo assim: criava a música de noite e no outro dia ia para o estúdio", disse por meio de sua assessoria.

Crédito: Divulgação
Lenine durante apresentação na França, no ano passado, antes da estréia de "Labiata"

O resultado deu ao "Labiata", além das 11 faixas, a peculiaridade de ser o único álbum já existente a registrar uma parceria escrita entre Lenine e o ex-vocalista da Nação Zumbi, Chico Science, na faixa "Samba e Beleza", a primeira do álbum.

"Eu conheci o Chico, mas nunca fui muito íntimo dele, embora tenha uma admiração profunda pelo trabalho dele e da Nação Zumbi. A irmã dele, Goretti, foi à minha casa, me mostrou esses fragmentos e me pediu que esse texto virasse canção", disse.

O cantor e compositor Arnaldo Antunes também assina as canções "O Céu é Muito" e "Excesso Exceto" com o cantor. A última tem a participação de China, vocalista da banda Del Rey e ex-Sheik Tosado.

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