A banda brasileira de power metal Angra, conhecida pelo virtuosismo do som tirado por seus dois guitarristas Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt, retorna à cidade de São Paulo depois de dois anos de ausência, trazendo de volta Ricardo Confessori, o segundo baterista a integrar o grupo e o primeiro a gravar álbum --o inicial e paradigmático "Angels Cry", de 1993, que mais identifica as influências da música clássica nas composições da banda.
Neste sábado de celebração do heavy metal brasileiro, o Angra iniciou o show no Via Funchal, região oeste de São Paulo, às 21h51, com a faixa clássica "Carry On", do "Angels Cry", do qual saiu também a música "Never Understand", executada com toques de baião e performance do baixista Felipe Andreoli em evidência.
O momento de maior entusiasmo do público --visivelmente fiel à banda--, foi durante a penúltima faixa desempenhada, "Rebirth", do álbum homônimo, lançado em 2001.
O Angra deixou o palco e, depois de um curto intervalo, o Sepultura --agora em turnê brasileira do álbum "A-Lex"-- assumiu o espaço, às 23h50, com o peso e a virilidade de sempre, mas agora sem Igor Cavalera.
25 anos de carreira
O novo CD "A-Lex" (que na língua portuguesa quer dizer 'sem lei') foi inspirado na antológica obra "Laranja Mecânica", de Anthony Burgess, e a execução de suas faixas ao vivo foi tão boa quanto o que sinalizava o trabalho em estúdio. Expectativas correspondidas.
A banda abriu o show com a segunda faixa do disco, "Moloko Mesto", e, "What I Do" --esta última com fortes indícios sonoros e de reação de público de ser o maior sucesso atual do grupo-- foi a terceira tocada.
Como era de se esperar, as memoráveis "Refuse/Resist", do álbum "Chaos A.D." (1993), além de "Troops of Doom", do disco "Morbid Visions" (1986) --anunciada pelo guitarrista Andreas Kisser com uma frase de comemoração dos 25 anos de carreira do Sepultura--, e "Roots Bloody Roots", de "Roots" (1996) foram executadas, levando a plateia ao indispensável "mosh" dos shows de metal pesado.
Para finalizar o espetáculo, o que se suspeitava foi confirmado: Angra e Sepultura subiram juntas ao palco e tiveram como convidado especial mais um brasileiro: o vocalista da banda Korzus, Marcello Pompeu. E a turma toda fechou a noite com "Immigrant Song", da banda Led Zeppelin, depois de introduções de músicas de AC/DC e Black Sabbath.
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