Vista como um ícone do samba, a cantora e compositora Leci Brandão encerrou nesta terça-feira (28) uma temporada de três meses no bar Brahma, na região central de São Paulo. Em entrevista por e-mail ao Guia da Folha Online, ela fala sobre os shows, o público paulistano e seu envolvimento com causas sociais. Leia mais:
Folha - Qual é a expectativa antes de iniciar uma temporada em São Paulo e o que se confirmou após o seu término? O que acha do público paulistano?
Leci Brandão - Antes de iniciar a turnê fiquei um pouco ansiosa, pois não sabia qual o caminho do roteiro do show. Após uma conversa com Osmar Costa, meu empresário, decidimos contar um pouco da minha história de vida. Graças a Deus, o resultado foi prazeroso. O público paulistano já sabe faz tempo que eu o adoro. São pessoas que me reconhecem, me respeitam e não têm vergonha de dizer que me amam.
Folha - Qual a diferença entre fazer uma temporada de shows em um bar e em uma grande casa de shows?
Leci - O show no bar proporciona mais intimidade, abre o leque musical para outras interpretações. Permite cantar músicas que jamais cantei em lugar nenhum. Já em uma grande casa de shows, o público exige que eu cante os sucessos que foram mais escutados nas rádios e na televisão.
Folha - Em seu último lançamento, "Eu e o Samba", uma das faixas presta tributo ao líder negro Martin Luther King. Você já foi cogitada para assumir a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Considera-se uma artista militante?
Leci - Sempre fui uma cidadã consciente da história da minha etnia. Além de defender as causas sociais da negritude, já abri a voz pelos índios, professores, caras-pintadas, campanha do Betinho, Diretas Já, MST, Nordeste, Aids... Ao me tornar artista profissional assumi o compromisso de fazer da minha arte o meu instrumento de defesa das minorias.
Folha - Músicos como Romulo Fróes, Mariana Aydar e Nuno Ramos são apenas alguns dos novos artistas dedicados ao samba. O que a senhora acha desta nova leva de cantores e compositores?
Leci - Todos são ótimos e merecem meus aplausos. Especialmente Mariana Aydar, que é minha afilhada musical e me comoveu quando me convidou para gravar com ela a minha música "Zé do Caroço".
Folha - Você é reconhecida como uma das mais importantes intérpretes em atividade no samba brasileiro e foi a primeira mulher a entrar na ala de compositores da Mangueira. Sofreu com o machismo no samba?
Leci - Nunca sofri com o machismo, porque cheguei na Mangueira convidada por Zé Branco e fui aceita pela ala de compositores após fazer estágio de um ano. Entrei na ala em 1972. Passei pelo crivo de 40 compositores. De lá para cá, foram vários convites.
Folha - O que o público pode esperar do show desta terça-feira?
Leci - Uma despedida repleta de emoção e alegria. A temporada de três meses me emocionou muito. O público foi extremamente carinhoso comigo e com a minha banda, Sampagode.
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Endereço: av. São João, 677, República, região central, São Paulo, SP. Clássificação etária: 18 anos. | Leia mais no roteiro |
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações |
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