Daniel Boaventura diz que show de estreia será "alegre e pulsante"

O texto já está ensaiado, a sequência da apresentação definida e o friozinho na barriga certamente vai aparecer, como em todas as estreias. Mas quando subir ao palco do Citibank Hall (região sul da cidade de São Paulo), nesta quinta-feira (27), Daniel Boaventura não vai fazer questão alguma de silêncio na plateia. Acompanhado por um quarteto jazzístico, o artista deixa de lado a interpretação teatral e empresta sua voz para grandes clássicos mundiais no show "Songs 4 You", que também é o nome de seu álbum de estreia, nas lojas desde maio de 2009.

Crédito: Jairo Goldflus/Divulgação
Daniel Boaventura (foto) faz show de estreia do CD "Songs 4 You" nesta quinta-feira (27), em SP; ingressos custam de R$ 50 a R$ 110

"O público que só conhece o Adriano, da 'Malhação' [um de seus papeis na TV Globo], por exemplo, vai ter a oportunidade de ver e ouvir, ao vivo, o cantor Daniel Boaventura, acompanhado por uma banda fora de série", diz em entrevista ao Guia da Folha Online.

Ele conta que a inspiração para entrar de vez na indústria fonográfica veio de uma participação no "Programa do Jô", em meados de 2007. "Eu estava em cartaz com 'My Fair Lady' e, o que era para ser uma divulgação, virou uma jam session com dois blocos, onde eu cantei de Frank Sinatra a Elvis."

Poucos meses depois, Daniel assinou com a Sony Music e com a Som Livre e deu início ao processo de preparação do disco, produzido por Guto Graça Melo. Formado por standards americanos que Daniel tem paixão por cantar, o repertório inclui músicas de Stephen Sondheim, Paul Curtis e Jaymes Taylor, entre outros grandes nomes. As faixas "If" (de David Gates) e "I'm in the Mood for Love" (de Jimmy McHugh e Dorothy Fields) já integram as trilhas sonoras das novelas globais "Caras e Bocas" e "Caminho das Índias", respectivamente.

Para quem desmerece todo o trabalho ao dizer que é apenas "um ator que virou cantor", Daniel --premiado por suas atuações em peças musicais-- é direto: "Eu não sou apenas uma coisa que virou outra, eu sou um artista e tenho orgulho e prazer em sê-lo, afinal, tenho quase 20 anos de estrada. Ninguém vira nada da noite para o dia".

E qual será o comentário mais recorrente em relação a este primeiro álbum? "As pessoas falam da voz, do repertório, da qualidade da gravação e até do meu sotaque americano. E a maioria tem exatamente a reação que eu buscava", conta Daniel, que também revela que irá mostrar praticamente todas as músicas do disco durante o show, além de outras seis canções, como "Unchain My Heart" e "Just a Gigolo".

"A intenção é fazer um show dinâmico sem perder a identidade romântica do CD." Mas se a plateia pedir alguma outra, será que ele canta? "Farei o possível para atender meu público, estarei lá a serviço dele e, se pedirem mais música, é sinal que devem estar gostando, não é? Só espero que o pedido esteja dentro do repertório (ajuda um pouco)."

Leia abaixo o que Daniel Boaventura diz sobre suas músicas preferidas, a ansiedade em relação a este novo trabalho e se ele se considera um bom cantor.

Citibank Hall - av. dos Jamaris, 213, Moema, região sul, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/2846-6010. 1.450 lugares. 1h30. Qui. (27): 21h30. Ingr.: R$ 50 (mesa setor 2) a R$ 110 (mesa VIP). Não recomendado para menores de 14 anos. www.citibankhall.com.br


Guia da Folha Online - Qual música você achou que ficou mais bonita?
Daniel Boaventura - É difícil escolher. Gosto muito de "Send in the Clowns", pois acho que consegui um resultado que me satisfez muito como intérprete. Parte deste mérito devo ao Guto Graça Melo (produtor do disco), que me dirigiu como um diretor de teatro dirige um ator. O arranjo de cordas também é melodioso. O mesmo serve para "The Windmills of Your Mind". O interessante é que esta última música apareceu acidentalmente. Meu arranjador e pianista Ricardo Leão começou a tocar no piano, e, como gosto muito dessa música do Michel Legrand, eu o acompanhei. Guto adorou e acabou integrando o repertório. Mas é dificil escolher uma. Gosto de todas.

Guia - E qual canção você demorou mais tempo para gravar?
Daniel - Todas as músicas levaram mais ou menos o mesmo tempo para serem gravadas. Algumas demoraram um pouco mais por minha causa. Eu quis refazer a nota final de "If" (que é tema do casal protagonista da novela "Caras e Bocas") e corrigir algumas pronúncias e inflecções em "Windmills of your Mind". Sou perfeccionista, então...

Guia - Ficou muito tenso e inseguro durante as gravações?
Daniel - Desde o primeiro dia, eu já sabia o que queria, e isso torna tudo mais fácil. O difícil era escolher as músicas e controlar a minha ansiedade. Eu não sabia que o processo de gravação era tão detalhado e levava tanto tempo.

Guia - Você sempre achou que cantava bem? Recebia muitos elogios?
Daniel - Nunca achei que cantasse mal, mas sempre fui muito rígido com afinação e pronúncia. E me cobro muito. Quanto mais eu trabalhava e estudava, mais percebia o quanto tinha que aprender. As pessoas me elogiavam e até me estimulavam dizendo: "Você tem que gravar um CD". Eu achava legal e me sentia lisonjeado, mas me controlava (e ainda me controlo) para não me deixar me seduzir e relaxar.

Guia - A partir da escolha das músicas e dos arranjos, como você acha que será o show?
Daniel - Romântico, emocional, alegre e pulsante!!!

Guia - Já pensa em gravar um outro disco com canções que ficaram de fora?
Daniel - Com certeza!!! Inclusive, já posso adiantar que algumas das músicas que serão executadas no show (e não estão no CD) têm presença garantida no próximo trabalho. O segundo CD foi pensado com o primeiro. E várias músicas que eu queria cantar nós guardamos para ele.

Guia - Parte do público que irá ao show deve ser formado por fãs que conhecem você da TV, e que, talvez, não conheçam a maioria das músicas do disco. Você acha que é uma forma de levar este estilo musical a pessoas que nunca assistiram a uma apresentação assim?
Daniel - Sim! Da mesma forma, o público acostumado a me ver encenando peças e espetáculos musicais teatrais vai poder conferir outras influências musicais que são muito importantes para mim. A sua observação é muito procedente pois o público que só conhece o "Adriano, da Malhação", por exemplo, vai ter a oportunidade de ver e ouvir, ao vivo, o cantor Daniel Boaventura acompanhado por uma banda fora de série, tocando pérolas como "Hello, Detroit", "Song for You" e "While You See a Chance". São músicas que marcaram uma época, mas, no entanto, são difíceis de achar e, mais ainda, de serem ouvidas ao vivo!

Guia - Pra quem, logo de cara, desmerece o trabalho do artista ao dizer que "é apenas outro ator que virou cantor", você diria que a única forma de mudar isso é indo ao show?
Daniel - Não. Eu diria: tenha um pouco de curiosidade e paciência, e pesquise. Procure saber quem eu sou, o que eu fiz, os trabalhos nos quais eu me envolvi e qual era a importância dos meus papéis nestes trabalhos. Se ficar instigado, terei o maior prazer em tê-lo na minha plateia e, tenha certeza, vou fazer a melhor apresentação possível para você. Eu não sou apenas uma coisa que virou outra, eu sou um artista e tenho orgulho e prazer em sê-lo, afinal, tenho quase 20 anos de estrada. Ninguém vira nada da noite para o dia.

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