Atores trocam de papel a toda hora em peça que relê tragédia

A cia. Elevador Panorâmico se apropriou de "Ifigênia", tragédia de Eurípides sobre um comandante que é impelido a sacrificar a própria filha, para pôr em prática um jogo cênico.

Crédito: João Caldas/Divulgação Cena da peça "Ifigênia", versão da companhia Elevador Panorâmico para tragédia de Eirípides

Na versão do grupo --que estreia nesta terça-feira (27) no Sesc Belenzinho (zona leste de São Paulo)--, os atores decidem, na hora, quais falas serão ditas por quem e como ocuparão o palco.

O elenco inteiro conhece todos os diálogos. Por vezes, vários intérpretes vivem o mesmo personagem. Noutras, um papel é encarnado apenas por uma pessoa. Não há distinção de gênero. Uma mulher pode ser Ifigênia em uma cena e Agamêmnon em outra.

A sensação é de que tudo é ensaiado, mas trata-se de uma técnica de percepção dos intérpretes, criada há mais de dez anos pelo diretor Marcelo Lazzaratto e apelidada de campo de visão.

"A condição de arriscar alguma coisa, de tentar uma marca, uma intenção ou uma gestualidade é amparado pelos demais atores. Esse jogo propicia muita escuta e percepção", explica o encenador.

É um formato que torna cada sessão uma peça única.

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