Em "Foi Carmen", Antunes Filho reverencia Kazuo Ohno

"Foi Carmen", espetáculo que Antunes Filho leva ao palco do Sesc Anchieta na terça-feira (20), surgiu em 2005, quando o diretor ainda estava às voltas com sua trilogia de tragédias gregas. Em meio às preparações para a lúgubre "Antígona", o encenador destacava Juliana Galdino e Arieta Corrêa para compor uma montagem em que a palavra perdeu de vez a majestade para o corpo.

Crédito: Lenise Pinheiro/Folha Imagem
Lee Thalor, Patricia Carvalho e Paula Arruda na peça "Foi Camen"

Nessa incursão pela dança, o teatro antuniano resvala na nostalgia e na delicadeza e deixa sobressaírem os gestos, expressões e inflexões com a voz. No lugar do texto, ouve-se apenas uma fala ininteligível, a mesma língua desconexa do "fonemol" que já estava presente em "Nova Velha Estória" (1991).

A montagem, que pôde ser vista no Festival de Curitiba e no Japão, foi concebida para reverenciar Kazuo Ohno, mestre do butô que na época completava 99 anos. "Faço um poema teatral em homenagem ao Kazuo, que passou dos cem anos, e também ao centenário da imigração japonesa no Brasil", diz Antunes.

Com o festejado Lee Thalor, que compõe o novo elenco ao lado de Patricia Carvalho, Paula Arruda e da dançarina Emiln Sugai, a peça parte do paralelo que Antunes percebe entre os mitos da cantora Carmen Miranda e da bailarina La Argentina (Antonia Mercé y Luque), para quem Kazuo Ohno criou sua obra-prima.

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