Os bastidores do meio teatral voltam a servir de mote para a dramaturgia do ator Renato Borghi, que completa 50 anos de carreira.
Mais de uma década após "Lobo de Ray-Ban", consagrada montagem de 1987 que versava sobre a crise de um casal de atores, o intérprete traz mais um texto de sua autoria no qual o teatro é posto em evidência.
"Cadela de Vison", que tem estréia marcada para sábado (24), no Sesc Santana, surge como a segunda parte de uma pretendida trilogia. "Quero escrever ainda uma outra peça. Em "Cadela' lido com o momento de impasse na vida de um artista. A próxima deve tratar de um teatro para o futuro", conta Borghi.
Dirigido por Elcio Nogueira Seixas, que já o acompanhou em outras montagens, o ator sobe ao palco ao lado da sobrinha, Luciana Borghi. O texto trata de um ator, que visita pela última vez o teatro que serviu de palco a sua companhia durante décadas.
O enredo serve de pretexto a uma elegia de estrutura descontínua, com pinceladas de sarcasmo e humor negro. Desapropriada, a velha sala deve ser posta abaixo. O bairro boêmio irá mudar de ares, os prédios cederão lugar a novas construções. Neste momento de impasse, ele reencontra a cantora que amou na infância. Morta há mais de 30 anos, ela ressurge com o mesmo frescor de outrora e deve acompanhá-lo nesta jornada noite adentro.
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