"As coisas que se levam a sério são as nossas fraquezas", defendia Charles Ludlam (1943-1987) em seu manifesto "Teatro Ridículo, Flagelo da Loucura Humana". Fundador da Ridiculous Theatrical Company, em 1967, morreu aos 44 anos, pouco depois de seu maior sucesso, "O Mistério de Irma Vap", estrear no Brasil.
Não deu tempo de presenciar um dos maiores êxitos do teatro brasileiro. Protagonizada por Marco Nanini e Ney Latorraca, a peça ficou cerca de dez anos em cartaz. Pois, na próxima quinta-feira (25), a saga continua.
A comédia volta ao palco com os atores Marcelo Médici e Cássio Scapin e direção de Marília Pêra, que também conduziu a primeira montagem.
"Em Nova York, a peça foi encenada num teatro pequeno, com uns cento e poucos lugares. Nunca pensei que ia ser vista por platéias de mais de mil pessoas e rodar o Brasil inteiro. Começamos modestamente", recorda Marília Pêra.
Segundo ela, a nova versão (que tem a mesma tradução de Roberto Athayde) está mais rápida, com cerca de duas horas, incluindo o intervalo entre os dois atos. Isso deixa a vida de Médici e Scapin ainda mais frenética. Afinal, o grande mistério dessa comédia gótica é a velocidade com a qual os atores entram e saem de cena e fazem mais de 50 trocas de figurinos ao interpretar oito papéis.
"É um trabalho insano e de precisão. Os atores têm de ser atletas. E eles são geniais, como eram os do primeiro espetáculo", diz a diretora.
Para recordar os truques da coxia, Marília fez reuniões com o camareiro octogenário Ney Mandarino, que comandava toda a contra-regragem na versão original.
Na nova montagem, Fábio Namatame é quem assina os figurinos, a cenografia e a assistência de direção. "Não sei como ele ainda não está louco", brinca Marília Pêra.
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Direção: Marília Pêra. Duração: 120 minutos. Classificação etária: 10 anos | Leia mais no roteiro |
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações |
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