Lucélia Santos estreia "As Traças da Paixão" e diz não ter saudade de nada

Depois de um "esquenta" em Belo Horizonte (MG), estreia nesta sexta-feira (14) "As Traças da Paixão", com Lucélia Santos e texto de Alcides Nogueira. A atriz, que retorna aos palcos paulistanos após 11 anos, interpreta Marivalda Revólver, dona de botequim e de uma enigmática relação com Paco (Maurício Machado).

Crédito: Lenise Pinheiro/Divulgação

Com direção de Marco Antônio Braz --ganhador do Prêmio Shell, por "A Alma Boa de Setsuan", a dupla encena um jogo em que estilos e personagens se transformam continuamente. "Os gêneros mudam como na vida, passamos do reino dos céus para o reino do inferno em minutos. As cenas se exaurem, só representam determinado gênero enquanto estão sendo atuadas", explica Lucélia.

Convidado para fazer a peça pelo dramaturgo Alcides Nogueira, Maurício Machado ressalta a dificuldade e graça da peça. "Pensei, será que eu vou dar conta de fazer isso? É um trabalho bastante difícil, não pelo texto, mas por conta de passar por todos os coloridos que um ator pode imprimir: comédia, drama, tragédia, circo-teatro, farsa e mais", relata o ator.

No palco, Lucélia dá vida a Marivalda. "É uma mulher do povo, dona de um botequim no fundão do Brasil. Um jovem aparece e diz que ela é a princesa Anastácia, imperatriz russa, e também garante ser seu filho. Eles se apaixonam e vivem uma relação intensa e dilacerante. Fica no ar a questão do complexo de Édipo. Será que ela é mãe dele? Venham descobrir", brinca a atriz.

Sobre a direção, a dupla destaca a liberdade oferecida por Braz. "Ele percebeu que podia nos soltar. E é muito prazeroso ter liberdade de voo. O Mauricio e eu somos atores com o temperamento muito alucinado. Tivemos um bom encontro, a gente tem essa mesma 'vibe' e nossos personagens vivem disso", ressalta.

Depois de duas sessões em Belo Horizonte, a produção faz sua estreia oficial em São Paulo, e permanece em cartaz até 18 de outubro.

Passado
Perguntada sobre quais as diferenças entre a Lucélia do começo da carreira e a atual. A atriz respondeu que se concentra no momento. "Eu vivo a Lucélia de hoje, aproveitem antes que acabe. Não tenho saudade de nada, sou budista mantenho minha mente e minha vida no presente".

Crédito: Lenise Pinheiro/Divulgação

Em julho deste ano, "Destino", filme produzido e encenado por Lucélia, foi fortemente criticado no Festival Paulínia de Cinema. Para Lucélia, esta página já foi virada. "Paulínia não é o centro do mundo, vou adiante".

O longa marca a primeira coprodução cinematográfica sino-brasileira. A obra narra a história de amor entre uma jornalista e um mestre de circo chinês (Zhao Zhenbang). Lá, será exibido na televisão até o começo de 2010. Aqui, será transformado em uma minissérie televisiva de cinco episódios, ainda sem data ou canal definidos.

A proximidade de Lucélia com a China já tem mais de 20 anos. Em 1985, ela ganhou o Troféu Águia de Ouro, como atriz do ano por sua atuação na novela "Escrava Isaura", da Rede Globo. Foi a primeira vez que o prêmio foi concedido a uma atriz ocidental.

"Meu relacionamento com a China começou a uns três bilhões de anos. Minha história com o país é avassaladora. Lá, me sinto mais em casa do que no Ocidente. Aqui, é tudo muito agitado. Quando viajo para a China, é como se eu voltasse para casa", finaliza.

Informe-se sobre o evento

Leia mais em Teatro

Leia mais no Guia da Folha Online

Especial

Livraria

Direção: Marco Antônio Braz. Duração: 65 minutos. Classificação etária: 14 anos.
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais