Danilo Gentili trilha sucesso de Rafinha Bastos em teatro paulistano

FABIANA SERAGUSA
colaboração para a Folha Online

04/09/2009

19h13

Em cartaz desde o fim de janeiro com "A Arte do Insulto", Rafinha Bastos já levou mais de 15 mil pessoas ao teatro do shopping Frei Caneca (região central da cidade de São Paulo), onde se apresenta aos sábados, sempre às 23h59. No mesmo local, estreou há duas semanas o espetáculo solo de seu colega Danilo Gentili --que apresenta "Danilo Gentili - Volume 1" todas as sextas-feiras, também às 23h59.

Rafinha diz que conhece pessoas que já viram sua peça mais de dez vezes: "Alguns voltam para levar os amigos e outros voltam para entender melhor as piadas."

Após duas sessões na capital, Danilo reconhece que está no mesmo caminho: "Eu cresci achando que tudo que eu faço é ruim e que está fadado ao fracasso. Por enquanto esse meu conceito tem fracassado e o show está lotando." E completa: "Se eu conseguir ter metade do sucesso que o Rafinha teve naquele teatro, ficarei mais risonho que a estrofe do Hino Nacional cantado por Vanusa."

Em entrevista ao Guia da Folha Online, os dois humoristas --que trabalham juntos no programa "CQC", da Band, e já dividiram os palcos em diversas ocasiões-- falam sobre compartilharem o mesmo espaço, o público e sobre o que um vê de melhor no outro.

"Além de um amigo, o Danilo é um dos caras que eu admiro nesta profissão. Os textos dele são excelentes. Sou fã", conta Rafinha, que trabalhou muito tempo com ele no Clube da Comédia : "Ainda não vi o solo, mas devo conhecer uma boa parte dos textos." Já Danilo prefere ressaltar a "habilidade" do colega: "Na época da gripe, ele amarrou uma corda de varal na fronha do travesseiro e fez uma máscara. Ele é muito engenhoso!". Mas também diz que viu o colega construir "tijolo por tijolo" do seu solo.

E será que o público dos dois é exatamente o mesmo? "Acho que ainda não deu tempo de ter este termômetro, mas já sei que tem gente que está comprando ingresso pros dois", conta Rafinha. Se para o ator e jornalista gaúcho a similaridade da plateia ainda é uma incógnita, Danilo parece já saber a resposta: "Quase o mesmo, mas com uma pequena diferença: o público que vai ver o Rafinha sai do teatro satisfeito."

Realizadas no tradicional formato stand-up, as apresentações têm como característica principal unir as piadas comprovadamente "eficazes" a outras fresquinhas, que falam de assuntos bem recentes. Se em "A Arte do Insulto" o intuito é provocar o público com temas nada convencionais em shows de humor --como aborto, suicídio e pena de morte--, "Danilo Gentili - Volume 1" serve para que o humorista paulista fale de sua mãe e de uma ex-namorada, e que faça comentários pontuais sobre política e desavenças internéticas --sempre com a habitual e característica mão no bolso.

Sobre o fato de que a plateia pode se "dividir" agora que os dois espetáculos estão em cartaz, Danilo diz que "quem gosta de comédia stand-up vai no do Rafinha, no meu e também no do Mansfield, que são no mesmo teatro". Para Rafinha, só dois motivos podem fazer com que a busca por ingressos diminua: "Se ele falar mal de mim ou espalhar o boato de que eu não vou aparecer. De outra forma, eu acho que só me ajuda."

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