Prepare-se para rir muito neste fim de semana. Começa, nesta sexta-feira (19), no Pavilhão da Bienal, na zona sul da cidade de São Paulo, a primeira edição do Risadaria - Muito Além da Piada. O evento, que se estende até domingo (21), reunirá 50 shows ao vivo, sessões de cinema, exposição dedicada ao humor na TV, no rádio, na internet e em revistas e jornais, além da presença de comediantes conhecidos dos palcos e de programas televisivos.
Desde 1º de março, mil pessoas trabalham no desenvolvimento das estruturas que compõem o Risadaria, sob produção da companhia Infinito Cultural. Por trás de tudo isso, está o comediante Paulo Bonfá, que idealizou o evento há três anos. Em conversa com o Guia da Folha Online, ele falou sobre a concepção do Risadaria e detalhes da programação. Leia a entrevista abaixo e se informe sobre o evento aqui.
Folha Online - Como surgiu a ideia de criar o Risadaria?
Paulo Bonfá - Três anos atrás eu tive a ideia de reunir todo conteúdo de humor possível e imaginável no mesmo lugar e junto com ele uma série de encontros, apresentações e shows especiais ao vivo. Pesquisei o que existia ao redor do mundo para saber se não estava reinventado a roda, e, de fato, não tem nada similar em nenhum outro país. Aí conversei com alguns colegas e, quando vi que o negócio ia decolar, convidei para compor uma curadoria o Marcelo Tas, o Marcelo Madureira, o Caco Galhardo, o Diogo Portugal e o Wellington Nogueira --todos intimamente ligados ao humor, cada um com uma especialidade.
Folha Online - A ideia é que o evento seja acessível? Os ingressos não são um pouco caros?
Paulo Bonfá - A gente tem ingressos a R$ 30, com meia-entrada a R$ 15, que é o preço de um ingresso de cinema em São Paulo. A diferença é que, por esse valor, a pessoa visita o Pavilhão da Bienal, numa área de mais de 10 mil m2, com, inclusive, uma sala de cinema com 300 lugares que só exibe comédias. Os Encontros Gozados e as sessões dentro do Teatro Devassa têm o preço de R$ 100, com meia-entrada a R$ 50, e incluem o acesso a todo o Pavilhão. Se você pensar nas atrações teatrais que estão em cartaz em São Paulo, está da média para baixo, com uma coisa histórica: uma reunião de talentos que normalmente não atuam juntos. Por exemplo, nesta sexta-feira (19), vão subir ao palco o Casseta e Planeta, o Rafinha Bastos, do "CQC", os Barbixas, o grupo Comédia Em Pé, do Rio de Janeiro, o Márcio Ballas e os australianos do Umbilical Brothers.
Folha Online - Qual é o intuito do evento?
Paulo Bonfá - O intuito principal é promover o humor como cultura, porque normalmente ele não é enquadrado assim. Ele é visto como algo mais descartável, não está no mesmo patamar que a dança, música erudita e artes plásticas. Então é uma valorização da atividade humorística. Outro objetivo é oferecer um evento abrangente, tanto para quem assiste quanto para quem é profissional de comédia. A gente tem lá desde palhaços até humoristas de stand-up, cobre praticamente todos os gêneros do humor e todas as plataformas.
Folha Online - Que atrações o público deve encontrar no Risadaria?
Paulo Bonfá - Os nossos debates, por exemplo, vão reunir temas saborosos, como humor no futebol; curiosos, como humor e saúde; corriqueiros, como humor e liberdade de expressão, humor e propaganda, humor na internet --reunindo pela primeira vez os fundadores dos principais sites de humor do país. Há também uma grande homenagem com Los Três Amigos, que era um evento confirmado, mas o Glauco foi assassinado e a gente suspendeu. Mas três dias atrás o Laerte e o Angeli disseram que queriam manter como homenagem ao Glauco.
Folha Online - Existe a ideia de tornar o Risadaria um evento anual?
Paulo Bonfá - O evento nasceu para ser anual. Surgiu para integrar o calendário de eventos da cidade de São Paulo e, logicamente, fazer parte do calendário nacional. Ele já é o maior evento do Brasil e da América Latina com certeza, mas, de acordo com a adesão do público que a gente espera para o fim de semana, podemos chegar na segunda-feira tendo realizado o maior evento de humor do planeta.
19h20
Comentários
Ver todos os comentários