"Easy Rider" se mistura com Elvis Presley, que se junta a Luiz Gonzaga.
Foi assim que, na Bahia, Raul Seixas assimilou e embaralhou tudo de forma a construir uma nova música popular brasileira, como conta o documentário "Raul, o Início, o Fim e o Meio", dirigido por Walter Carvalho, que estreia nesta sexta (23).
Raul se mostra um personagem singular por meio dos 50 depoimentos que compõem o filme. Paulo Coelho, Caetano Veloso, Tom Zé e quatro grandes companheiras são alguns dos entrevistados que recriam a imagem do compositor de "Metamorfose Ambulante".
"Eu busquei um Raul e encontrei. Mas é um Raul que eu inventei, a partir da memória. A memória do irmão, das mulheres, das filhas, dos amigos, dos produtores, dos parceiros...", afirma o diretor.
Walter Carvalho fala sobre a criação de "Raul, o Início, o Fim e o Meio":
Segundo Carvalho, o filme foi "construído a partir da memória das pessoas e a sua visão de um mito que, ao viver pela sua obra, morreu por ela".
Carvalho, que já assinou longas como "Cazuza - O Tempo Não Para" e "Janela da Alma", e fez a fotografia de tantos outros --entre eles "Heleno", que estreia no próximo dia 30--, contou ao "Guia" que, quando foi convidado para fazer o filme, achou que se tratava de uma ficção.
Ainda assim, insiste que foi a vida de documentarista que o alimentou no mundo ficcional. "Ao lidar com o documentário você está mais próximo da realidade do que na ficção. Na ficção você se distancia do real, pra inventar um outro real que não existe."
Quando perguntado de qual outra figura tinha interesse de contar a história, logo aponta o cantor Wando, por ser um personagem que "mexe com o imaginário. O cinema pra mim é o que está entre as coisas, e o que está entre as coisas é exatamente o desejo e a imaginação".
Carvalho comenta sua vida como documentarista:
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