Filme mostra a constante luta de Macalé pelo amor

Crédito: Divulgação

Muitas vezes, só o artista é capaz de enxergar o óbvio.

Quem notaria a falta do amor na bandeira nacional? Pois é, antes da "ordem" e do "progresso" vem o "amor", segundo o pensamento positivista que inspirou as palavras.

Preencher a lacuna do nosso estandarte com o nobre sentimento é uma das clarividências que estão no documentário "Jards Macalé: Um Morcego na Porta Principal", de Marco Abujamra e codireção de João Pimentel.

Personagem constante na multifacetada cena artística brasileira dos anos 1960 e 1970, o compositor carioca Jards Macalé aprendeu a nadar na contracorrente desde cedo. Em plena ditadura, bradava sob vaias "cuidado! há um morcego na porta principal", em "Gothan City", defendida no Festival Internacional da Canção de 1969.

No meio-fio entre a comédia e a tragédia, o filme traz à tona passagens de sua vida, como a expulsão do colégio militar ou o "passeio" no carro da polícia federal ao lado do sambista Moreira da Silva. Outros personagens submersos, como Capinam e Abel Silva, ganham fôlego no longa.

De forma não linear, imagens poéticas são entrelaçadas a partir de trechos de super-8 do arquivo de Jards. É novamente o amor através das lentes grossas do artista. Ah, coração...

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