O cineasta norte-americano Woody Allen usou um roteiro da década de 70 que estava na gaveta para filmar "Tudo Pode Dar Certo". Na época, o diretor abortou o projeto depois da morte do ator Zero Mostel, em 1977, para quem ele havia guardado o papel principal.
Aqui, o protagonista do longa, que entrou em cartaz nos cinemas na última sexta-feira (30), é o comediante Larry David, produtor do seriado norte-americano ''Seinfeld''. Ele é Boris Yellnikoff, um ex-professor da Universidade de Columbia neurótico --quase indicado ao Nobel. Agora, o intelectual dá aulas de xadrez e não tem nenhum problema em humilhar os seus pobres alunos.
Sua vida vai mudar com a chegada de uma jovem caipira do Mississipi, Melodie St. Ann Celestine (Evan Rachel Wood), que vai abordar Boris na frente do prédio onde ele vive. O professor, com pena da garota desamparada, a hospedará no seu apartamento por alguns dias. Ela acaba ficando um pouco mais, e mais.
A inteligência de Boris encanta a garota daqui; a vitalidade e ingenuidade de Melodie desperta alguns sentimentos em Boris de lá. A partir daí, os personagens vão lembrar outras figuras que passaram pelas produções de Allen, mais maduras, como o diretor aqui se apresenta.
Boris, na verdade, é mais um dos tantos alteregos de Allen, que traz para "Tudo Pode Dar Certo" temas já discutidos pelo diretor, como envelhecimento, morte, solidão. Só que Allen sabe, como poucos, renovar a discussão e sempre tem algo novo a dizer.
O longa marca o retorno do cineasta, em ótima performance, a Nova York, após suas andanças pela Europa em filmes como "Vicky Cristina Barcelona" (2008) e "Match Point" (2005). Pode até parecer, para os mais distraídos, um filme "mais do mesmo" do Allen das antigas. Mas, neste caso, vale a máxima de que panela velha é que faz...
04h00
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