Com trilha de Zeca Baleiro, espetáculo de dança questiona ditadura estética

Crédito: Guto Muniz/Divulgação
Em "Geraldas e Avencas", bailarinos usam pequenos balões para deformar o corpo

Com pequenos balões de ar dentro das roupas, bailarinos do Grupo 1º Ato, de Minas Gerais, criticam o excesso de padronização estética em "Geraldas e Avencas", espetáculo de Suely Machado, que fica em cartaz no teatro Sérgio Cardoso, região central da cidade de São Paulo, entre sexta-feira (27) e domingo (29).

Com trilha sonora composta por Zeca Baleiro, que criou uma instrumental erudita e quatro canções sob medida para a coreografia, os sete intérpretes-criadores mostram --com seus corpos disformes-- que é possível ver beleza em padrões estéticos que não os convencionais.

A movimentação bem-humorada, inspirada na linguagem do clown, é destacada por uma iluminação sutil, que acompanha as articulações contorcidas e caricaturais. Assim como o figurino com volumes, o cenário que agrega um espelho que deforma é criação do artista plástico Marco Paulo Rolla.

"Geralda é um nome forte, popular em Minas, que resistiu aos modismos. Em alemão significa guerreiras que lutam com a lança do afeto. Por isso, resistem", explica Suely Machado, que assina a direção e a coreografia. "Avenca é uma planta delicada, difícil de cuidar, gosta do solo úmido. Une resistência e fragilidade".

Há 17 anos na cena da dança contemporânea, o Grupo 1º Ato é formado por Alex Dias, Ana Virginia Guimarães, Danny Maia, Júnio Nery, Luciana Lanza, Marcela Rosa e Thiago Oliveira. As três apresentações em São Paulo marcam o fim da turnê da companhia.

Teatro Sérgio Cardoso - rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista, região central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3288-0136. 27 a 29/11. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 19h. Ingr.: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Classificação etária: livre.

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