Feriado de SP tem caminhada e bate-papo em prédios famosos da cidade

Crédito: Divulgação
Participantes da caminhada em SP podem conhecer o edifício Martinelli

Antonio de Souza Neto, Afonso Celso Prazeres de Oliveira e Walter Camargo não gostam de ser chamados de síndicos, mas de administradores. Estão à frente, respectivamente, de três marcos conhecidíssimos da região central da capital paulista: as Grandes Galerias (mais conhecidas como Galeria do Rock) e os edifícios Copan e Martinelli.

Trabalhando todos os dias nesses locais, acompanham como ninguém as entranhas, os problemas, as reformas e as pessoas que circulam por lá. No feriado do aniversário de São Paulo, esse trio recebe os participantes de uma caminhada pela região central e conta histórias do passado e do presente desses três ícones paulistanos que acompanharam as mudanças da cidade.

O Guia da Folha Online conversou com os administradores para saber o que eles planejam exibir nesta segunda-feira (25) aos visitantes.

Fantasmas

O primeiro lugar a receber a caminhada, chamada de "Os Mais Altos e Mais Queridos de São Paulo", é o Copan. O "anfitrião" Afonso Celso Prazeres de Oliveira, 70, responsável há 17 anos pelo condomínio, lamenta que a "pequena" fachada com 8.000 m2 não gera verbas para a manutenção do prédio por não ser alocada para publicidade, já que a lei não permite.

Mas Prazeres se anima quando cita as últimas visitas ao prédio de linhas curvilíneas projetado por Oscar Niemeyer, que se tornou famoso para além das fronteiras do Brasil. "Há turistas da China, República Tcheca, Marrocos e Eslovênia, sem falar nos países mais 'normaizinhos'", diz ele, que pretende mostrar ao pessoal da caminhada um elevador antigo e equipamentos de uso diário que poucos viram, como um que abafa o som da energia elétrica que chega das ruas para atender a massa de moradores do local.

Crédito: João Wainer/Folha Imagem
Visita à Galeria do Rock começa a partir das 14h desta segunda-feira

No Martinelli --segundo ponto de parada da caminhada --, o acesso ao terraço será liberado pela primeira vez ao público depois de o lugar passar por reformas, conta o administrador Walter Camargo, 54. É lá do alto do 26º andar que ele quer mostrar a cidade de São Paulo e falar sobre os tempos de ouro, a decadência e a recuperação do prédio idealizado pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli.

Só espera que não peçam a ele para contar histórias do além. "Isso de fantasmas é folclore, assunto que saiu em jornais sensacionalistas para alimentar a imaginação das pessoas", reclama.

O último lugar por onde a caminhada ao centro paulistano vai passar será a Galeria do Rock, ponto de encontro e de compras de tribos de diferentes vertentes musicais que ganhou mais notoriedade do que já tinha quando cedeu o espaço para gravações da novela das sete da Rede Globo, "Tempos Modernos".

Sem se influenciar pela televisão, Antonio de Souza Neto, o Toninho da Galeria do Rock, 56, quer apresentar a infraestrutura que foi instalada no local, como o banheiro ecológico que regula luz e quantidade de água e escadas rolantes digitalizadas.

Toninho também tem muito a contar neste evento do feriado. "Quero falar sobre a cultura hip hop, os rappers, os primeiros cabelos black power, os roqueiros. Quero contar o que acontecia com essa juventude que era excluída no passado e que acabou sendo absorvida pela galeria."

Para participar

Os interessados em integrar a caminhada, que contará com guias turísticos, devem se inscrever, gratuitamente e com antecedência, pelos telefones 0/xx/11/3256-7909 e 0/xx/11/6515-7171 ou pelo site.

Os horários de saída são às 9h20 (Copan), às 13h (Martinelli) e às 14h (Grandes Galerias) e é possível participar de todas as visitas ou não. Os grupos vão se encontrar na rua Dom José de Barros, 99 (esquina com a rua Barão de Itapetininga). Para chegar lá, o melhor meio é usar o metrô e descer na estação República.

A caminhada em comemoração ao aniversário de São Paulo é organizada por Carlos Beutel, entusiasta da preservação e de melhorias do centro paulistano, que encabeça o grupo Ação Local Barão de Itapetininga (braço da Associação Viva o Centro) e o restaurante vegetariano Apfel.

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