Faço este mesmo show há 200 anos, diz Almir Sater, que toca em SP

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Cantor e compositor Almir Sater (foto) revê sucessos da carreira neste sábado (14), na Via Funchal (zona oeste de São Paulo)

O cantor e compositor campo-grandense Almir Sater se apresenta neste sábado (14) na Via Funchal (zona oeste de São Paulo).

Ícone caipira com fluência no popular, o cantor revê a carreira, com ênfase no disco "Sete Sinais", de 2006, seu trabalho mais recente.

Famoso também pela atuação na novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão", na qual interpretava o próprio Zé, o cantor não dispensa em seu repertório sucessos como "Tocando em Frente".


Guia Folha - Qual a expectativa para o show?
Almir Sater - Olha, a expectativa é sempre só a de fazer um show bonito.

Como tem sido os shows?
Meu último disco saiu seis anos atrás... O pessoal da Via Funchal comprou nosso show, então vamos tocar lá... Eu venho fazendo há 200 anos esse mesmo show. Entra uma canção, sai outra, tem um pouco de improviso, alguns instrumentais.

Que música não pode faltar de jeito nenhum?
Ah, "Tocando em Frente" tem que ter, né? Senão o pessoal fica bravo... É capaz de pedir o dinheiro de volta.

E qual música vocês têm sentido mais prazer em fazer?
Olha, tem uma brincadeira meio improvisada que a gente faz no começo do show que é muito interessante. Vai embalando a gente para a apresentação.

Já tem planos para gravar algo novo?
Eu estou na estrada esse ano. Não consigo fazer disco sem tirar um tempo e parar, e nos últimos anos isso não tem acontecido. Venho fazendo muitos shows, tocando no Brasil inteiro, que é muito grande, quase um continente. O que quero é ter muita saúde e muita força para continuar tocando viola por aí.

Tem algum lugar aqui em São Paulo onde você consegue se sentir no universo caipira?
Aqui na Serra da Cantareira. Parece que vou virar a esquina e dar na Amazônia, levanto o pescoço um pouquinho e vejo um monte de mato. E se ficar de pescoço baixo estou aqui na frente da lareira, tocando uma viola, recebendo os amigos. Todo mundo que vem pra cá quer sossego, não gosta de badalar muito, não. As coisas acontecem dentro de casa, mesmo. Eu não sou frequentador de nada não, viu? Prefiro fogão de lenha. Meu negócio é fazer música.

Você pensa em voltar a atuar?
Não consigo mais, rapaz. Até recebi um convite no ano passado para participar de uma novela, achei interessante o roteiro, engraçado, queria fazer. Mas teria que abrir mão de meus shows, ia sobrar para música. Aí percebi que não posso mais me dar esse luxo. Prefiro guardar energia para o que importa. Eu sou músico, tenho uma equipe que trabalha comigo, minha família que sustento assim. Ia ser bom para mim, mas ia ser ruim para a música.

Você acompanha a nova cena musical? Tem alguém que te chama a atenção?
Olha, não tem nada que me toque muito, não. Sempre gostei do compositor, daquela pessoa que pinça uma bela canção, do nada tira alguma coisa que nos emociona, uma letra, uma melodia. Eu sinto falta hoje em dia desse tipo de trabalho. Vejo bons letristas, bons cantores, mas aquela pessoa que do nada tira a emoção eu não vejo, não. E digo isso em um nível mundial.

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