Assim que terminou de forma apoteótica a veterana "Satch Boogie", ovacionado, Joe Satriani perguntou às cerca de 4.000 pessoas presentes ao Credicard Hall, em São Paulo: "Vocês estão felizes?" Ele estava.
O guitarrista e "performer" Joseph Satriani, 52, teve ontem em São Paulo uma noite inspirada. Foi o segundo show da turnê brasileira de lançamento do CD "Professor Satchafunkilus and the Musterion of Rock". Amanhã ele leva a banda ao Rio e na sexta toca em Belo Horizonte.
Satriani fez longos solos, esticou notas qual elásticos, brincou com harmônicos, fez trocadilhos com microfonias e passeou feliz (e muito ligeiro) entre os trastes de suas várias guitarras Ibanez. Todas desenvolvidas por ele, aliás. A terceira guitarra que usou, prateada, fez até questão de apresentar à platéia: "Ela não é uma belezinha?"
Uma belezinha pesada como uma pedra.
Satriani sabe que, mais que fãs, tem fiéis. Diante deles, o músico literalmente se exibiu. Só Deus sabe quantos guitarristas estavam presentes a um --rojões-- Credicard com ar-condicionado funcionando!
A eqüalização na casa também estava OK, com exceção do bumbo da bateria que, para variar, estava "vazando" muito acima do baixo.
Se por um lado o público fez merecidos salamaleques e honras para cada solo de Satriani, por outro estava um tanto hostil com o baixista Stuart Hamm. E ele até tentou ser simpático, arranhou um "Olê, olê, olê" durante um instável solo de "slaps", que em alguns momentos pareceu ser tocado num estilingue. Não agradou nem a gregos e tampouco a troianos.
Menos mal que o chefe havia apresentado toda a banda já após a abertura do show e o baixista fora aplaudido de antemão.
Professor Satchafunkilus
Sobre o novo CD de Satriani, parte dele deve subir ao panteão particular do músico. Na verdade, não há nada assim, digamos, histórico como "Summer Song", "Always With Me, Always With You", "The Mystical Potato Head Groove Thing" ou "The Extremist", por exemplo
Mesmo assim "Andalusia", "Revelation", "Out of the Sunrise", a sincopada "Professor Satchafunkilus" e "Come On Baby" causam ótima sensação. Para quem gosta de som progressivo, é claro.
Talvez seja um sinal de amadurecimento de Satriani, pois são justamente essas, do novo CD, as composições mais melódicas e menos "masturbatórias" como os críticos do músico norte-americano costumam "peçonhá-lo".
Leia mais
- Scott Henderson mostra sua técnica apurada na guitarra
- Ney Matogrosso amplia temporada de shows na capital paulista
- Trio britânico se apresenta pela primeira vez em SP
- Veja relação de shows de samba com temporada na capital
- Ney Matogrosso volta com "Inclassificáveis" à capital paulista
- TIM Festival confirma shows de Gogol Bordello e Paul Weller
Livraria da Folha
- Livro traz endereços de lojas, bares e até escolas especializadas em rock
- Sete apaixonados por música apontam seus dez discos preferidos
- "Guia Fique em São Paulo" mostra o que fazer na cidade o ano todo, 24 horas por dia
Especial
Comentários
Ver todos os comentários