"Eu conhecia aquela história, mas não a emoção daquela história." Assim José Wilker lembra o sentimento que teve quando assistiu a "Palácio do Fim", em Nova York, e decidiu adquirir os direitos para encenar a peça no Brasil. O título do espetáculo, que obteve o recorde de quatro indicações ao Prêmio Shell-Rio, é uma referência à antiga sede da câmara de tortura do regime de Saddam Hussein.
Com direção do próprio Wilker, o texto da dramaturga canadense Judith Thompson estreia nesta sexta-feira (20), no Sesc Consolação (centro de São Paulo), e conduz o espectador por três visões diferentes sobre os dramas vividos na invasão do Iraque.
As histórias são baseadas em fatos reais. Camila Morgado interpreta Lynndie England, uma oficial do Exército americano. Sua imagem correu o mundo quando ela apareceu puxando prisioneiros por coleiras ou sorrindo ao lado de homens obrigados a ficar nus. Antônio Petrin é um inspetor britânico que nega a existência de armas de destruição em massa e Vera Holtz, uma ativista iraquiana, morta num bombardeio da Guerra do Golfo.
O diretor afirma ter preferido um tom discreto nos elementos cênicos, a fim de realçar o trabalho dos atores e a "terrível poesia" que emana dos personagens e de suas narrativas.
Comentários
Ver todos os comentários