Eu me apaixonei por Zezé Macedo, diz ator de "A Vingança do Espelho"

Quem conhece Zezé Macedo só pela personagem Dona Bela, da Escolinha do Professor Raimundo, vai se surpreender com a carreira extensa e a vida atribulada e interessante da atriz. Ela é tema da peça "A Vingança do Espelho", que fica em cartaz até domingo (29) no teatro Vivo (zona sul de São Paulo), com ingressos a R$ 25.

Crédito: Divulgação

"Eu me apaixonei pela Zezé", conta o ator Marcelo Varzea, que interpreta Chico Anysio e outros personagens no espetáculo. Ele diz que a trama "é real, mas parece não ser".

O público fica sabendo de suas tragédias pessoais (como a morte de seu filho), da vida amorosa, do glamour, das várias plásticas e do conflito constante com o espelho --Zezé se achava uma mulher bastante bonita, mesmo considerada feia pela maioria.

É claro que quem conviveu com os personagens da atriz na TV e no cinema acaba se envolvendo mais com a história toda, mas até quem nunca ouviu falar em Zezé Macedo se emociona. A peça mostra superação, tristeza profunda e muitas alegrias.

Também estão no elenco Betty Gofman (no papel de Zezé), Tadeu Mello, Mouhamed Harfouch e Marta Paret. O texto é de Flávio Marinho, e a direção, de Amir Haddad.

Abaixo, leia bate-papo com Marcelo Varzea, que fala sobre a importância de Chico Anysio na história e por que vale a pena ver "A Vingança do Espelho":

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Crédito: Guga Melgar/Divulgação Betty Gofman (ao meio) vive Zezé na peça; Marcelo Varzea (em cima, à direita) diz que se apaixonou pela atriz


ENTREVISTA COM MARCELO VARZEA:

Guia Folha - Você interpreta o Professor Raimundo em algumas cenas. Chico Anysio foi fundamental na carreira da Zezé?
Marcelo Varzea - Fundamental! Ele, além de tirar partido do humor dela, lhe deu seus personagens mais conhecidos: Dona Bela e Biscoito (casada com o Tavares). O Chico fez --e manteve-- uma grande ponte entre os fantásticos comediantes populares das chanchadas, das revistas, da rádio e a linguagem da TV e da modernidade até o seu fim. Ele empregou e apostou nesse DNA cômico brasileiro e foi um bastião dessa bandeira.

Acha que a peça mexe da mesma forma com quem conhece os personagens da Zezé e com aqueles mais novos?
Da mesma maneira, não. A memória é uma coisa muito poderosa. Mas tem muitos adolescentes que vão e embarcam no jogo proposto, do metateatro, e acompanham muito bem a trama --que é real, mas parece não ser. Oscilando entre a tragédia pessoal, o glamour, uma agitada vida amorosa, um caminho tortuoso e surpreendente até alcançar o sucesso.

O que você acha mais legal na peça? Por que vale a pena ver "A Vingança do Espelho"?
Eu me apaixonei pela Zezé. Nossa anti-heroína... E tenho, cá, minha paixão pela memória e uma severa nostalgia desde meu nascimento. Passear pelo passado é uma coisa que, a mim, interessa. Fora que acho que a peça tem um "quê" de tropicalista, de antropofágica... grande trabalho do Amir Haddad [diretor], um mestre do teatro brasileiro. Só o fato de ter uma montagem assinada por ele, em São Paulo, já é um ótimo motivo pra ir correndo ao teatro.

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