Sérgio Cardoso é palco de estreias da cia. Les Commediens Tropicales

A companhia Les Commediens Tropicales apresenta dois novos espetáculos neste mês, ambos no palco do teatro Sérgio Cardoso, na região central de São Paulo. São eles "2º D. Pedro 2º", que dá continuidade à pesquisa do grupo sobre a história do Brasil, e "Somos de Feitos", espetáculo que leva ao palco artistas que não fazem parte da companhia, mas que são dirigidos pelo grupo.

Crédito: Divulgação

Aliás, o conceito de direção é aplicado de uma maneira não convencional nos dois trabalhos. Em "2º D. Pedro 2º", o especialista em performance art --gênero que resulta da fusão de expressões como o teatro, o cinema e a dança--, Fernando Villar, foi convidado a "provocar" a companhia na criação da montagem, ou seja, questionar os atores sobre o andamento e as afirmações do espetáculo.

Carlos Canhameiro, que assina o texto e ainda atua na peça, explica o conceito. "Utilizamos a provocação cênica; é um trabalho colaborativo e a ideia é que não venha alguém nos dirigir, dizer o que devemos fazer, mas nos provocar sobre o que já estamos fazendo".

Em cartaz desde a última sexta-feira (6), "2º D. Pedro 2º" aborda as versões de uma mesma história: a vida de d. Pedro 2º. Para tentar chegar à verdade sobre o imperador, a companhia leu mais de nove biografias e ouviu relatos de quatro historiadores. No palco, discute a questão de quem constrói o processo histórico.

Essa é a quinta peça encenada pelo grupo, mantendo a pesquisa na história do Brasil, e a primeira a usar diversos elementos audiovisuais, como vídeos ao vivo, projeções em uma tela de 5 metros e áudios. "O uso de elementos de multimídia em cena foi quase um resultado, principalmente para dar conta das diferentes interpretações da história", explica Canhameiro.

No elenco ainda estão Allen Ferraudo, Daniel Gonzalez, Jonas Golfeto e Michele Navarro.

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"Somos de Feitos"

"Somos de Feitos", que estreia nesta quarta-feira (11), faz uso de cenas performáticas para analisar o brasileiro sob o ponto de vista de um estrangeiro. Para encenar o espetáculo foram selecionados 10 artistas, incluindo Villar, que foram "provocados" pela companhia. A montagem parte do trabalho do filósofo Vilém Flusser, autor do livro "Fenomenologia do Brasileiro".

Em cena, o grupo apresenta a visão de um estrangeiro sobre a formação política e social de quem nasce no Brasil, questionando o que de fato distingue o ser brasileiro.

"É o primeiro espetáculo que fazemos desse modo, com o grupo questionando o trabalho de outros artistas. A peça é performática, não tem uma linearidade, é uma colagem de cenas desenvolvidas a partir dessa interação. Não é um espetáculo sem texto, mas o forte está em uma dramaturgia de imagens", define Canhameiro.

Os dois espetáculos ficam em cartaz até o fim de abril.

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