Montagem transpõe tragédia grega para os campos de concentração

Crédito: Lenise Pinheiro/Folha Imagem

Em "As Troianas - Vozes da Guerra", que estreou no último fim de semana, no Sesc Paulista (região central da cidade de São Paulo), Zé Henrique de Paula transpõe para os campos de concentração nazistas a tragédia grega de Eurípedes. Na adaptação, o Núcleo Experimental lê em outra chave o período que sucedeu a Guerra de Troia e o destino das mulheres vencidas.

"A questão da eugenia na constituição do pensamento nacional-socialista tem muito em comum com os ideais greco-romanos", afirma o diretor.

O grupo procurou preservar as ideias do dramaturgo, em especial as oposições entre feminino e masculino e vencedores e vencidos. Essa escolha condicionou algumas opções formais: na montagem, as personagens femininas se expressam somente por meio de canções populares de povos que sofreram com guerras ou exílio, nas línguas originais.

Zé Henrique também radicaliza pesquisas anteriores ao eliminar qualquer texto em português. "É um espetáculo mais sensorial do que racional. No fim das contas, o que Eurípedes queria dizer é que não há justificativa para a guerra", conclui.

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Adaptação e direção: Zé Henrique de Paula. Duração: 75 minutos. Classificação etária: 16 anos.
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações

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