"A gente tenta driblar a angústia 'da vida' com trabalho", afirma o diretor do CPT (Centro de Pesquisa Teatral, Antunes Filho, que faz a estreia de "Policarpo Quaresma" neste sábado (27), no teatro do Sesc Consolação (centro de São Paulo), com ingressos esgotados.
Incansáveis, o CPT e o grupo Macunaíma trabalham na peça desde 2008, entre uma montagem e outra. Trata-se de uma adaptação do romance "Triste Fim de Policarpo Quaresma" (1915), de Lima Barreto, que encerra a trilogia carioca --da qual fazem parte "A Falecida Vapt-Vupt", de Nelson Rodrigues, e o musical "Lamartine Babo", ainda em cartaz.
Como no livro, a peça é dividida em três partes, que acompanham as desventuras tragicômicas de Policarpo. Entre outras idiossincrasias, ele defende a adoção do tupi como língua oficial do Brasil.
O grande desafio de Antunes foi transformar o romance em um jogo teatral. "O livro é muito descritivo, não tem diálogos. Foi muito difícil encontrar a teatralidade", afirma. "Peguei commedia dell'arte, teatro de revista, Grande Otelo, o Gordo e o Magro para poder dar uma linha popular e uma dinâmica sem prejudicar aquilo que Lima Barreto queria dizer."
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