Eduardo Galvão e Maria Clara Gueiros estrelam comédia musical

É num clima de muita sensualidade e comédia que chega a São Paulo a nova produção da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, o musical "As Bruxas de Eastwick", que estreia neste domingo (14), no Teatro Bradesco (zona oeste de São Paulo).

Crédito: Christian von Ameln/Folhapress O ator Eduardo Galvão (centro) interpreta o sedutor Darryl van Horne na comédia musical "As Bruxas de Eastwick"

O espetáculo tem os elementos conhecidos do público que acompanha os criadores: boa música, ritmo marcante e, principalmente, nenhum medo de ser politicamente incorreto. Na nova história adaptada por eles (e famosa pelo filme homônimo que conta com Jack Nicholson, Cher e Michele Pfeiffer), três mulheres vivem em uma entediante cidade dos Estados Unidos e estão cansadas da solidão.

Juntas, pedem aos "deuses" por um homem que possa mudar suas vidas. Surge então Darryl van Horne (papel que permite a Eduardo Galvão mostrar seu lado cômico e cafajeste como pouco se viu), um demônio capaz de realizar o desejo das senhoras e mudar suas vidas. Os novos amantes chocam a cidade de Eastwick, especialmente Felícia (senhora que representa os bons costumes, vivida por Fafy Siqueira).

O diretor Charles Möeller destaca o poder da aceitação do sexo para a transformação de Alexandra (Maria Clara Gueiros), Jane (Sabrina Korgut) e Sukie (Renata Ricci): "É uma peça feminina, todas as mulheres eram artistas medíocres que melhoram depois que aceitam sua sexualidade."

John Updike, que escreveu "As Bruxas" em 1984, é, para Möeller, o responsável pela crítica ácida ao "american way of life", um "batalhador intelectual contra a hipocrisia". O musical mantém esta crítica, foca no poder "feiticeiro" das mulheres, brinca com a religião e os poderes satânicos, provoca risadas e faz todo mundo sair do teatro cantando as baladinhas de rock das antigas, uma mistura de iê-iê-iê, bolero, MPB e jovem guarda.

"O politicamente correto é o novo fascismo. As pessoas precisam sair pra dançar com o demônio [referência à canção-tema de Darryl Van Horne] e sair de dentro da sua cerquinha branca", diz Möeller.

Mais uma vez, a dupla Botelho e Möeller mostra que sabe como criar a mágica em cena (até literalmente, já que vai colocar as três atrizes para voar) e encantar o público.


MUSICAIS DA DUPLA
Veja alguns espetáculos que já passaram por São Paulo:

Sweet Charity
Inspirado no filme de Federico Felllini, "Noites de Cabíria", o espetáculo, que estreou em 2006, tinha Claudia Raia e Marcelo Médici como a dançarina e o claustrofóbico.

A Noviça Rebelde
Com Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos como protagonista, a história da família von Trapp estreou em 2008 no Rio de Janeiro e recebeu quatro indicações para o Prêmio Shell de lá.

Crédito: Divulgação Elenco do espetáculo "Noviça Rebelde", que recebeu quatro indicações para o Prêmio Shell-RJ
Kiara Sasso (centro) no espetáculo "Noviça Rebelde", que recebeu quatro indicações para o Prêmio Shell-RJ

Gloriosa
A saga de uma mulher desafinada (Marília Pêra) que sonha em cantar também passou por São Paulo em 2009. Fafy Siqueira e Eduardo Galvão estavam no elenco.

Avenida Q
O musical de 2009 misturou bonecos e atores (entre eles, Sabrina Korgut e Renato Rabelo, também em "As Bruxas") no espetáculo mais politicamente incorreto de Möeller e Botelho.


O QUE VEM POR AÍ

Hair
Com estreia prevista para outubro, o elenco do musical é de jovem sem rostos muito conhecidos. Ambientado em 1968, a história acompanha a vida de um hippie que comanda uma tribo de moças e rapazes em Nova York e tem canções clássicas, como "Aquarius" e "Let the Sunshine In", expectativa entre os saudosistas.

Um Violinista no Telhado
José Mayer vive um leiteiro nesta história que deve estrear no teatro Alfa em março de 2012. Baseado nos contos judaicos de Sholom Aleichem, o musical se passa na Rússia czarista e mostra o rústico Tevye, pai de cinco filhas, que sofre para honrar as tradições em uma época de ataques contra os judeus.

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