Zeca quer transformar "Baile do Baleiro" em programa de TV; leia conversa

Figura querida da MPB, o maranhense Zeca Baleiro abre sua agenda regular de shows para promover uma festa que já faz, esporadicamente, há mais de sete anos: o "Baile do Baleiro".

Sempre com participações especiais, a próxima acontece neste domingo (18), no Carioca Club (zona oeste de São Paulo),e conta com as presenças de Fagner, Andreia Dias e do guitarrista Robertinho do Recife.

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Cantor, compositor e produtor musical, Zeca Baleiro teve seu primeiro disco lançado em 1997. De lá para cá, o músico soma prêmios APCA e Sharp, além de parcerias com Gal Costa, Fagner, Arnaldo Antunes e Lobão, entre muitos outros grandes nomes da MPB.

Zeca conversou com o Guia e explicou como será o show, falou sobre a vida, a carreira e seus muitos projetos paralelos --além de dizer que sua vontade é de transformar o "Baile do Baleiro" em um programa de TV. Leia abaixo a entrevista:

Crédito: Roberto Filho/AgNews Zeca Baleiro (foto) faz o "Baile do Baleiro" neste domingo; show terá naipe de metais e participações especiais
Zeca Baleiro (foto) faz o "Baile do Baleiro" neste domingo; show terá naipe de metais e participações especiais


Guia Folha - Como surgiu a ideia do formato "Baile do Baleiro"? Por que teve vontade de fazê-lo?
Zeca Baleiro - Em 2004 fiz o primeiro "Baile". Participaram DJs, breakboys, poetas, bandas novas, Moraes Moreira e Roger, do Ultraje a Rigor, e até uma stripper. Foi uma loucura [risos]. Mas, vimos que, do ponto de vista logístico e financeiro, era inviável levar o projeto adiante. Por isso dei uma parada e o repensei. Então fomos para o Blen-Blen, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo) e fizemos uma temporada de nove semanas --sempre com participação de um artista mais novo e de outro com mais estrada. A ideia era fazermos algo mais amador mesmo, mais informal. Deu muito certo. De lá para cá, nunca mais paramos. Mas como eu e a banda estamos sempre muito ocupados, o "Baile" acabou se tornando um projeto de fim de ano. Eventualmente o fazemos no meio do ano, quando é possível. Como diria o ator Perfeito Fortuna, o "Baile" é um projeto "devezenquandal" [risos].

Como se formou a banda do "Baile"?
A origem da banda é o quarteto que já tocava comigo --Fernando Nunes (baixo), Tuco Marcondes (guitarra), Adriano Magoo (teclados e acordeon) e Kuki Stolarski (bateria e percussão). Depois foram incorporadas a metaleira e as vocalistas. Hoje é uma big band [risos].

Como você escolhe quem vai tocar com a banda em cada "Baile"?
São amigos, gente que admiro, parceiros, gente com alguma história ou canções presentes na memória coletiva brasileira.

E o próximo "Baile"? Como vai ser?
Neste teremos Andreia Dias, na minha opinião uma das artistas mais talentosas dessa geração que surgiu depois da minha. Robertinho do Recife é um "guitar hero" brasileiro, e Fagner, um cara de 1.001 sucessos. O repertório terá de tudo: Guilherme Arantes, Jorge Ben, A Cor do Som, Roupa Nova, Fevers...

Você tem um disco em parceria com Fagner. Fale da parceria de vocês.
Foi um projeto muito especial nas nossas vidas. Nos tornamos amigos, e a parceria fluiu muito naturalmente. Em um ano, fizemos mais de dez canções. Aí achamos uma boa ideia irmos pra estúdio e fazermos um disco só com essa produção. Depois caímos na estrada e ainda gravamos um DVD. É um grande cara.

Você é um músico cheio de projetos paralelos --como um disco póstumo do músico Sérgio Sampaio (1947-1994) ou um álbum de versões musicadas de poesias da escritora Hilda Hilst (1930-2004) na voz de cantoras como Maria Bethânia, Zélia Duncan e Ná Ozzetti. Por que se debruça sobre estes projetos? O que te atrai neles?
Confesso que sou um pouco "workaholic". A vida só tem graça para mim se estou envolvido em algum projeto, empenhado em algo que alimente minha alma. Há pessoas dotadas de certos talentos --acumular dinheiro, orientar pessoas, treinar futebol... O meu é aglutinar pessoas em torno de ideias instigantes para realizá-las e levar alegria e prazer aos outros. Estas coisas retardam nossa velhice e adiam a nossa morte.

Há algum de seus projetos pelo qual tem carinho especial?
Sim, o "Baile" é um deles e quero transformá-lo em um programa de TV. Há um disco infantil, no qual já trabalho há anos, que está praticamente pronto, e devo lançá-lo em breve... Tenho um grande carinho por ele também. E todos esses projetos do meu selo Saravá --Sergio Sampaio, Hilda Hilst, Antonio Vieira (sambista octogenário maranhense que teve disco produzido pelo selo de Zeca), Filipe Mukenga [Zeca dirigiu o último álbum do cantor luandense], Tiago Araripe (músico cearense lançou seu último álbum pelo Saravá)... Neste momento estou apaixonado pelo disco novo do Odair José, "Praça Tiradentes", que eu produzi e será lançado logo depois do Carnaval. Ficou lindo.

O que você faz nas horas vagas?
Quando tenho horas vagas, jogo futebol, vou à Vila Belmiro, passeio com meus filhos, cozinho pros amigos... Mas está raro ter tempo livre [risos].

Mande um recado para o público que vai ao "Baile" neste domingo?
Calor, energia, entrega, amor à música... É tudo o que prometo.

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