Stela Campos lança "Mustang Bar" em São Paulo neste sábado

Crédito: Leonardo Barbalho/Divulgação

Com três álbuns bem-falados na discografia, a cantora e compositora Stela Campos apresenta sua nova cria, "Mustang Bar", no Espaço +Soma. O show começa às 20h deste sábado (6).

O quarto disco --que foi gravado entre junho e setembro de 2008-- mostra uma tônica diferente dos trabalhos anteriores. "Mais ácido-abrasivo", como ela própria o define, mescla rock garageiro sessentista, pop francês, "kraut" rock e tropicalismo. Entre os multi-instrumentistas e coprodutores que participaram do processo estão Clayton Martin (Cidadão Instigado), Missionário José (que já trabalhou com Lulina, Mombojó, Bonde do Rolê e Sivuca), Maurício Bussab (teclados em "Apartamento") e Luciano Buarque (letrista e coautor).

"Céu de Brigadeiro" (1999), "Fim de Semana" (2002) e "Hotel Continental" (2005) são os álbuns solos de Stela, que começou na cena roqueira nacional nos anos 1990, quando participou do projeto Funziona Senza Vapore com os ex-integrantes do Fellini. Liderou também a banda Lara Hanouska e participou da trilha sonora do longa-metragem "Baile Perfumado". Nessa época, a cantora paulista viu nascer o mangue beat, em Recife, cidade que a acolheu por alguns anos.

Em um bate-papo com o Guia da Folha Online, Stela mostra um pouco mais de seu trabalho.

Folha - O que há em "Mustang Bar" que não está presente nos discos anteriores?
Stela Campos - Nesse disco eu privilegiei as faixas mais rítmicas: a bateria e as guitarras ficaram em primeiro plano. O resultado mostra um lado mais ácido-abrasivo do meu trabalho, que antes ficava mais evidente nos shows. Acho que preenche uma lacuna na minha discografia, que até então tinha dado mais espaço às faixas mais sutis, introspectivas. Ainda assim mantém uma linha de coerência com o que eu já fazia antes.

Folha - Compor música em português, sem recorrer a clichês, é uma tarefa difícil. Não só para o rock, mas para o rap, a MPB... Como você lida com essa dificuldade em "Mustang"? Isso tem a ver com as letras em outros idiomas presentes no disco?
Campos - As letras em português demoram muito mais tempo para ficarem prontas. Nosso objetivo é fazer algo lírico, honesto, sem cair em chavões poéticos. Ao mesmo tempo, temos que trabalhar nas sonoridades das palavras, pois o idioma português às vezes é duro, pouco maleável para a estrutura do rock --que requer versos com uma métrica mais "elástica", por assim dizer. A gente sempre prioriza as letras em português, mas em alguns casos simplesmente não funciona. Forçar a adaptação acaba sacrificando a música. Não é à toa que tanta gente faz isso --o Kraftwerk (Alemanha), o Air (França) e metade das bandas que aparecem naquelas coletâneas de psicodelia de vários países, "Love, Peace & Poetry".

Folha - Quando se ouve falar em música de Recife é praticamente impossível não lembrar de mangue beat. Apesar de sua sonoridade não apresentar regionalismo, em que a cena mangue beat influenciou o seu aprendizado musical?
Campos - O pessoal do mangue era muito aberto para os sons do planeta. Não era só discurso. Ouvi muita coisa diferente com eles. E isso ampliou bastante meu repertório de influências. Mas sempre fui meio "outsider" na cena. Na época tinha uma guitar band nada regional, o Lara Hanouska. Ao mesmo tempo, uma banda influenciada por Sonic Youth e My Bloody Valentine, que era o caso da minha, também fazia parte da diversidade musical do mangue.

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