Bel Kowarick fez aulas de ioga e violino para "Dueto para Um"; leia entrevista

A violinista que começa "Dueto para Um" não é a mesma que termina. E, para conseguir transformar a inabalável Stephanie em uma mulher que tenta lidar com as limitações cruéis da esclerose múltipla, a atriz Bel Kowarick precisou se entregar totalmente ao trabalho.

Crédito: Divulgação

"Fiquei absolutamente concentrada e obcecada por ela", conta ao Guia. A história é baseada na vida da violoncelista inglesa Jacqueline du Pré, que ficou incapacitada de tocar devido à paralisia e morreu em 1988.

Na montagem, dirigida por Mika Lins, Bel divide o palco com Marcos Suchara (intérprete do psiquiatra dr. Feldman), com quem trava diálogos irônicos e tensos.

O jogo de luzes (feito por Caetano Vilela) e a movimentação do palco mostram que há várias maneiras de enxergar cada situação, assim como a musicista "baixa a guarda" após várias sessões de terapia. "Fizemos um trabalho rigoroso de entendimento do texto, de cada palavra e de cada pausa", conta Bel.

A peça fica em cartaz até 1º de outubro no Sesc Consolação (centro de São Paulo), e os ingressos estão esgotados até o início de setembro. Abaixo, veja o que a atriz diz sobre a preparação da personagem e o impacto da peça:


Guia Folha - Como foi a preparação?
Bel Kowarick - Como ela [a personagem] é uma mulher com problemas físicos, tive que ter uma preparação corporal intensa, como treinamento de ioga. Frequentei centros de habilitação de pacientes com esclerose múltipla e conversei com médicos e fisioterapeutas, além de ver muitas entrevistas de pessoas com a doença. Também tive aulas de violino, o suficiente pra perceber que é algo extremamente difícil. A música foi a minha preparação. O tempo todo, durante a peça, eu tenho alguma música tocando dentro de mim, que me dá o ritmo físico da cena.

Guia - Você já fez ou faz terapia? Acha importante?
Bel - Já fiz e acho importante. Para quem vive uma experiência de perda e violência, é imprescindível. E, para qualquer pessoa que tente se conhecer melhor, também é uma experiência muito rica. Acho que torna a vida mais interessante. É muito difícil saber quem somos e termos coragem de sermos nós mesmo, e a terapia ajuda nesta empreitada.

Guia - Você acha que o público sai da peça dando mais valor à vida?
Bel - Sim, acho que sim, as pessoas saem dando mais valor às coisas e são tocadas de diferentes formas. Eu me interesso muito pela relação profunda que essa mulher [personagem] tem com o ofício. Acredito que através das experiências que temos com livros, filmes, músicas e peças entendemos melhor quem é o homem e para que estamos aqui.

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