Diretora estreante enfoca agruras de "nerds" em "Querido Lemon Lima"

Crédito: Divulgação

Esqueça os populares. No cinema norte-americano, a moda atualmente é ser "nerd". Que o digam filmes de sucesso como "Juno" --que levou o Oscar de roteiro original-- e "Superbad - É Hoje" --líder nas bilheterias de cinema americanas por duas semanas. Essa tendência não ficou de fora da Mostra de Cinema de São Paulo, que traz "Querido Lemon Lima", comédia dramática sobre as agruras de ser isolado na adolescência.

No filme, primeiro longa-metragem da diretora e roteirista Suzi Yoonessi, Vanessa Lemor é uma garota de 13 anos que vive no Alasca, criada pela mãe solteira. Ela é apaixonada por um rapaz mais velho e arrogante, Philip, que a despreza e prefere garotas mais populares.

Vanessa acaba por se aproximar de outros alunos isolados da escola, com os quais forma um time para participar de uma competição esquimó e, assim, conquistar Philip. Sua escola celebra constantemente as tradições nativas de seu país, e Vanessa --cujo pai é esquimó-- é impelida a mostrar seus costumes, ainda que não tenha o menor contato com eles.

Crédito: Divulgação

Na apresentação do longa, na última quarta-feira, a diretora Yoonessi --de ascendência indiana-- contou que a ideia para o filme veio de sua própria experiência. "Cresci na cidade de Buffalo [no estado de Nova York], onde 90% são brancos, e o resto tem outras etnias. Passei parte da infância isolada", disse. Suzi observou também que, na trama, quis ironizar a mania americana de "glorificar etnias mesmo quando não há diversidade".

Excluídos

"Querido Lemon Lima" --nome que alude ao "amigo imaginário" a quem Vanessa escreve em seu diário-- levou sete anos para ficar pronto. E, apesar de, segundo Vanessa, seu filme ser comparado frequentemente a "Juno", o filme não foi uma influência. "Me inspirei em produções da minha geração, como 'Três É Demais' e 'Bem-vindo à Casa de Bonecas'."

Crédito: Divulgação

Em comum com essas fitas, "Querido Lemon Lima" tem também baixo orçamento e enfoca os "losers" de uma escola. No entanto, o filme alcança originalidade quando retrata o amadurecimento de Vanessa --que busca a própria personalidade, apesar das consequências-- e até mesmo de alunos populares, que refletem sobre suas atitudes.

Na produção, tampouco os "nerds" tripudiam sobre os populares. Segundo Yoonessi, isso "tem a ver com o momento econômico dos Estados Unidos, que impulsiona filmes que levantem a moral e deem esperança, falem de bondade para as pessoas".

Atualmente, Suzi dedica-se a um novo projeto cinematográfico. Trata-se da história de duas garotinhas que encontram um extraterrestre em situação ilegal no mundo. A obra, segundo a autora, faz referência ao clássico "O Sol é para Todos" --filme de 1962, baseado em livro homônimo de Harper Lee.

Informe-se sobre o evento

Leia mais sobre a Mostra

Leia mais no Guia da Folha Online

Especial

Livraria

As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais