DJ Julião celebra 20 anos de pista com festa de 25 horas

O DJ Julião completa 40 anos, 20 deles discotecando. Para celebrar a data, Julião preparou uma festa com 25 horas de duração, dez delas com o aniversariante no comando dos pick-ups. A comemoração, que ocorre no Anti-Social Club (centro de São Paulo), começa neste sábado (17), às 23h, e segue até as 24h do domingo (18).

Ao lado de Julião, tocam Gláucia ++, Mau Mau, Marky, Pil Marques, Andy e o DJ Godfather, de Detroit, entre outros. Para saber mais da festa e dos 20 anos de carreira, o Guia bateu um papo com o DJ.

Crédito: Divulgação
DJ Julião comemora 40 anos, 20 deles discotecando, com 25 horas de música eletrônica no Anti-Social Club (centro de São Paulo)

Guia Folha - Como e quando você começou a tocar?
DJ Julião - Como eu já era alto e aparentava ser mais velho, com 15 anos eu ia a festas no Rose Bombom e no Madame Satã. Aos 18, tocava em festinhas de aniversário, essas coisas. Então um amigo meu que era dono de uma loja de discos importados resolveu abrir uma casa noturna, a Sound Factory da Penha (zona leste de São Paulo). E eu, com 20 anos, comecei, ao lado do Marky, como residente da Sound Factory em 91 tocando coisas mais undergrounds, como hardcore e jungle.

Você acha que o contexto econômico e político influiu para o crescimento da cena clubber? Já que Berlim se tornou uma referência após a queda do muro. E em São Paulo, a cena clubber teve mais força na época do Collor?
Pode ser, mas não creio muito nisso hoje em dia. Na época do Sound Factory, a gente levava uma música para periferia, independente de classe social ou coisa do tipo. Como não havia internet, o jeito de se informar e descobrir coisas novas de fora do país era lendo revistas como "I-D", "Melody Maker" e "Mixmag". Eu acho que [a popularização da música eletrônica] depende da informação chegando aos locais. Eu tentava passar essa informação pela música e funcionava bem.

Como você vê a música eletrônica hoje?
Está bem mais popular. A música eletrônica, pode-se dizer, se tornou popular. Hoje você vê a mistura dela com vários ritmos como o rock.

Hoje tem bastante festa, dentro da cidade, que ocorre fora de clubes...
Na verdade, sempre aconteceu, eu já toquei em vários lugares como praia, sítio, galpão abandonado, cinema desativado. É uma forma de levar a música eletrônica para outros ares, e não ficar só naquela coisa de clube, clube, clube. Eu acho bacana.

Nessas duas décadas como DJ, que artistas você acha que se tornaram símbolo de seu tempo?
Os anos 1990 tiveram vários, como Altern 8, The Prodigy, Bizarre Inc. e Moby, que foram importantes na época do surgimento das raves. E, na última década, teve The Prodigy, que continuou relevante, The Orbital e vários DJs, como Jamie Jones, entre outros.

O que pode se esperar para sábado e domingo?
Eu sempre comemorei meu aniversário com festas de dois, três dias. A desse ano está até pequena [risos], mas com um "line-up" selecionado a dedo, incluindo o Godfather, de Detroit, que é dono de um selo, o Databass Records, pelo qual eu já lancei um EP. Eu faço um set de dez horas e devo tocar desde coisas que me marcaram em 91 até os dias de hoje, mas sem seguir uma ordem cronológica.

E da produção atual, o mais te agrada?
Eu gosto muito de Lee Foss, Jamie Jones, Anja Schneider, tem muito DJ bacana.

Anti-Social Club - r. Augusta, 124, Consolação, centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/2768-7211. 300 pessoas. Sáb.: 23h às 24h do domingo. Ingr.: R$ 30 ou R$ 50 (consumação).

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