Visto por 22 mil, "O Zoológico de Vidro", com Cássia Kiss, volta a SP

Crédito: João Caldas/Divulgação

Após temporada no Rio de Janeiro e em outras nove cidades brasileiras, e receber 22 mil pessoas, o espetáculo "O Zoológico de Vidro", texto do norte-americano Tennessee Williams (1911-1983), retorna a São Paulo, ao teatro Raul Cortez (região central), no próximo sábado (15). Ulysses Cruz assina a direção da montagem.

No palco, Cássia Kiss vive a superprotetora e um tanto insuportável Amanda Wingfield, mãe de Tom (Kiko Mascarenhas) e Laura (Karen Coelho).

Tom se apresenta como o narrador da peça. É ele que leva os espectadores ao mundo dessa família que vive em meados dos anos 1930, época em que apontavam os primeiros sinais do fim da depressão econômica.

Amanda foi abandonada pelo marido, que marca presença no espetáculo através de uma foto, e busca agora um parceiro para sua filha, a tímida e insegura Laura. Para ajudá-la, dá ao rebelde filho a missão de encontrar um homem decente e que não beba.

Tom é o alicerce da família, mas parece não suportar mais esse peso. Para se distrair, passa todo seu tempo livre em cinemas e escrevendo poemas. Seu trabalho em uma oficina não o interessa. O que ele quer mesmo é ir para longe dali. Talvez pelo desejo de se libertar, ele resolve colaborar com a mãe --que já deixou claro que ele só poderá ficar livre quando resolver a situação da irmã.

Um fator importante são os indícios autobiográficos da peça. A família de Tennessee Williams, principalmente sua irmã, que tinha esquizofrenia, são apontados como inspiração para a obra.

Crédito: João Caldas/Divulgação

No texto, a origem da retração de Laura está intimamente ligada a um problema em sua perna, que faz com ela manque. Essa condição ainda é responsável pelo abandono da escola e pela falta de contato com o mundo.

Assim, sua grande diversão é um conjunto de pequenos animais feitos de vidro. É essa coleção que dá origem ao nome do espetáculo, "The Glass Menagerie", que nessa versão foi adaptado para "O Zoológico de Vidro". Vale ressaltar que a peça já foi montada no Brasil anteriormente, sob o nome de "À Margem da Vida".

A falta de perspectiva da família e a relação tensa que os une não impede que o riso venha fácil. Boas tiradas, um elenco que convence e um texto capaz de retratar magnificamente a personalidade e os desejos dos personagens são responsáveis pela solidez da montagem.

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Direção: Ulysses Cruz. Duração: 110 minutos. Classificação etária: 14 anos.
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações

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